segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Autismo

Aprendizagem





O estudo “Impactos da Pré-Escola no Brasil” revelou que as crianças que fazem pré-escola acabam por ter um desempenho melhor nas séries posteriores, principalmente nas matérias de matemática e português. O levantamento foi realizado pelo Centro de Microeconomia Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A pesquisa teve como base os dados da Prova Brasil e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) referentes ao ano de 2005. De acordo com André Portela Souza, coordenador geral do estudo, a criança que é colocada na pré-escola apresenta, em média, redução no atraso escolar de cerca de um ano e dois meses e aumento na proficiência de matemática de 0,47 desvio padrão, o que corresponderia, segundo ele, a três anos a mais de escolaridade.
“É como se fosse quase cerca de um ano a mais de escolaridade no aprendizado. A criança que faz [a pré-escola] tem um ano a mais em termos de conteúdo quando chega à 4ª série”, disse Souza, durante apresentação de seu trabalho nesta semana, em São Paulo.
Segundo ele, em 2005, havia cerca de 10 milhões de crianças de 4 a 6 anos de idade no Brasil, dentre as quais 7,1 milhões frequentavam a pré-escola, o que corresponde a 72% do total. Nesse mesmo ano, o País destinava 5% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação. No entanto, a maior parte dos gastos era destinada para a educação superior. Ainda de acordo com Souza, em 2005, o Brasil dedicava o equivalente a 120% da renda per capita do País para cada aluno do ensino superior e um valor condizente a 10% dessa renda para cada aluno de pré-escola. “Investimentos educacionais na infância têm impactos duradouros”, afirmou o pesquisador.
Um resumo do estudo pode ser lido no livro Aprendizagem Infantil – Uma Abordagem da Neurociência, Economia e Psicologia Cognitiva, coordenado por Aloísio Araújo e lançado pela Academia Brasileira de Ciências. Na apresentação da obra, Araújo declara que “para corrigir as desigualdades educacionais e permitir um maior desenvolvimento econômico através da incorporação de um número maior de adolescentes em faixas mais elevadas de educação, é preciso fazer intervenções na fase mais precoce da criança”.
A apresentação da pesquisa “Impacto da Pré-Escola no Brasil” fez parte do workshop “Impactos da Educação Infantil: O Que Nos Diz a Evidência Empírica”, o qual foi realizado pela FGV nesta semana. Em todos os estudos apresentados, ficou clara a importância de se investir na educação infantil.
Com informações da Agência Brasil. Imagem: sxc.hu.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

EDUCAÇÃO E INCLUSÃO - sugestão de filmes

Mary and Max (Síndrome de Asperger)

COMO ESTRELAS NA TERRA, TODA CRIANÇA É ESPECIAL (DISLEXIA)

A COR DO PARAISO
CASTELOS DE GELO (deficiência sensorial)
DANÇANDO NO ESCURO
ETERNO AMOR
FORREST GUMP O contador de Histórias - (Deficiência Mental)
JANELA DA ALMA
LEÓN E OLVIDO
MR. HOLLAND, ADORAVEL PROFESSOR
NASCIDO EM 4 DE JULHO(deficiência física)
O HOMEM ELEFANTE (portador de neurofibromatose múltipla)
O OITAVO DIA (sindrome de down)
O ÓLEO DE LORENZO
PROCURANDO NEMO
A era do gelo I eII
Sherek
PERFUME DE MULHER (deficiencia visual)
RAIN MAN ( autismo)
SONATA DE OUTONO
UMA LIÇÃO DE AMOR
UMA MENTE BRILHANTE (esquizofrenia)
O PIANO
AMARGO REGRESSO (deficiencia fisica)
Além dos meus olhos (deficiência visual)
Filhos do silêncio (deficiência auditiva)
À Primeira Vista - (Deficiência Visual)
Simples Como Amar - (Deficiência Mental)
O Óleo de Lorenzo - (Deficiência Física)
Meu Pé Esquerdo - (Paralisia Cerebral)
Perfume de Mulher - (Deficiência Visual)
O Despertar para a vida - (Deficiência Física)
O Domador de Cavalos - (Deficiência Física)
George o oitavo dia (Deficiência Mental)
Castelos de Gelo ( Deficiência Sensorial)
Adorável Professor ( Deficiência Sensorial)
O selvagem do Aveiron (Deficiência Mental)
Uma Lição de Amor (deficiência mental)
Amargo Regresso (deficiência física)
Murderball-Paixão e Glória-Sobre cadeirantes.
Uma mente brilhante - esquizofrenia
Melhor é impossível – obsessivo-compulsivo
Um estranho no ninho -
Garota interrompida -
Rain Man - autismo
Código para o inferno - autismo
Um dia de fúria
Spellbound – Quando fala o coração
Marnie – Confissões de uma ladra
Tempo de despertar
No limite do silêncio
Don Juan de Marco
Asas da liberdade
Gilbert Grape - Aprendiz de sonhador
Mr.Jones – maníaco depressivo
Uma lição de amor
O diferente
A bela e a besta
Betty Love
A casa dos espíritos
Coisas que você pode dizer só de olhar para ela
Edward mãos de tesoura
O fabuloso mundo de Amélie Poulain
Maurice
Nell - fala
Tudo sobre minha mãe
Uma segunda chance
Bicho de sete cabeças - drogadição
Gênio indomável – superdotação intelectual
À primeira vista - visual
O homem elefante - física
Fantasma da ópera – física
O piano - auditiva
Meu pé esquerdo

Depoimento de um Autista

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Essa é a minha bandeira!

A formação do profissional docente

Quem é o profissional docente? Qual valor a sociedade está disposta a lhe atribuir? Qual o caráter de sua formação? A reestruturação da profissão docente bem como as novas formas de trabalho vem consolidar a introdução das políticas neoliberais na educação.

Sabe-se que não é só a escola a responsável pela formação de professores com qualidade. Há fatores externos a ela, como as políticas sociais inseridas no conjunto das políticas públicas, que resultam na redução progressiva de verbas e na desvalorização profissional e social do pessoal do magistério, além do empobrecimento da população e de suas conseqüências inevitáveis no rendimento escolar.

O professor não pode ser visto como o problema, mas como elemento imprescindível para a superação de parte dos problemas educacionais. Sendo assim, a formação de professores é um requisito fundamental para as transformações que se fazem necessárias na educação.

O professor deve construir expectativas em relação ao aluno, pois, na medida em que o trata como “pessoa”, considerando-o como ser global bem como os seus sentimentos e intensificando suas relações interpessoais de amizade, confiança, respeito, empatia e autenticidade, cria condições que favorecem a aprendizagem.

Através do professor, o aluno começa a compreender quem é ele mesmo, pois os outros são nossos espelhos. Porém, poucos são os alunos que podem se conhecer e são percebidos através do professor, pois muitas vezes esse professor não lhes dá a imagem refletida para que os educandos possam saber quem eles são.

Na perspectiva da teoria histórico-cultural, a aprendizagem escolar está centrada no conhecimento, no domínio dos saberes e instrumentos culturais disponíveis na sociedade e nos modos de pensar associados a esses saberes. Em contraste, todas as concepções de escola que desfocam esta centralidade podem estar incorrendo em risco de promover a exclusão social.

Sendo assim, a docência parece se encontrar num processo de transformação, em que o modelo tradicional de professor, apesar de considerado ultrapassado, ainda persiste no vocabulário docente, convivendo lado a lado com as novas concepções e propostas. Com efeito, observa-se, nos discursos dos sujeitos, a presença de elementos considerados indicadores de profissionalização associados a uma imagem caracteristicamente afetiva. Isto poderia ser considerado uma ambigüidade na estruturação de um novo modelo de professor. Por enquanto, concebe-se ainda o exercício da docência como profissão num contexto de relações interpessoais calcadas no afeto, sendo isso válido para ambos os sexos e para professores que atuam em escolas públicas e privadas. A concepção de docência que advirá dessa ambigüidade está relacionada com linhas mais gerais de projetos político-sociais que consigam a adesão na sociedade brasileira, valendo aprofundar a discussão sobre as concepções de professor presentes em nossa sociedade e que são internalizadas pelos docentes como seres sociais porque constituem momento necessário à compreensão de sua própria prática profissional.

Autora: Maria Inês de Souza Borges, gestora educacional, professora da rede estadual e docente do ensino superior em São Paulo.

Ler e escrever: dois verbos que se conjugam juntos

Artigo publicado na newsletter semanal +Educação


As diferentes formas de comunicação humana, até então conhecidas, são indispensáveis para a vida em sociedade. Contudo, o uso da linguagem verbal e escrita é o meio mais utilizado pelo homem para expressar opiniões, ideias, concepções, ideologias e valores individuais ou coletivos. No entanto, aprender a ler e escrever costuma ser algo tão complexo quanto aprender a falar.

No início do processo de alfabetização escolar, a aprendizagem da leitura e da escrita pelas crianças passa por diferentes etapas de desenvolvimento, necessitando assim de um significativo conhecimento por parte do professor alfabetizador de algumas abordagens teórico-metodológicas apresentadas pela psicologia do desenvolvimento humano, sociolinguística e por outros ramos das ciências humanas acerca dessa questão. Mas, é inevitável o fato de que cada criança apresente facilidades e/ou dificuldades em relação ao modo de apreender as linguagens oral e escrita. Daí a importância do professor realizar, na escola, diferentes atividades pedagógicas de leitura e escrita com as crianças; a fim de bem prepará-las para o descobrimento de um novo mundo existente por detrás das ações de ler e escrever.

Assim como alfabetização e letramento são processos distintos e complementares, também existe uma relação umbilical entre leitura e escrita, mas com um acentuado diferencial: a leitura é pré-requisito básico e fundamental para a escrita. Em outras palavras, isto significa dizer que grande parte das dificuldades apresentadas por muitos alunos, desde o Ensino Fundamental até o Superior, quando solicitados a escrever um texto descritivo, narrativo ou dissertativo, estão diretamente relacionadas à ausência de sólida leitura interpretativa de textos informativos e de outros gêneros literários que realmente contribuam para a leitura de mundo, ou seja, para o despertar do senso crítico, da reflexão e da análise dos alunos em relação a fatos, fenômenos, informações e saberes correspondentes às diferentes culturas e áreas do conhecimento humano.

Ler é uma questão de hábito que deve ser cultivado todos os dias, uma vez que possibilita ao homem melhor compreender a realidade na qual está inserido e a conquista de patamares cada vez mais elevados de conhecimento. Embora a escrita seja um processo decorrente da leitura, sua aprendizagem na escola apresenta dimensões peculiares que merecem atenção especial.

Há atualmente no meio acadêmico e científico alguns rumores acerca da possibilidade de num futuro bem próximo o ensino da escrita na escola de Educação Fundamental não mais ocorrer do modo convencional padrão até então vigente, com a presença (física) do professor em sala de aula trabalhando com os alunos atividades envolvendo coordenação motora, jogos pedagógicos e outras similares para o traçado das primeiras letras, sílabas e palavras. Cogita-se a ideia de que tal aprendizado aconteça somente na modalidade on-line, com o auxílio de diferentes tecnologias digitais. Imaginemos tal situação! Face ao exposto, cabe-nos fazer alguns questionamentos: O que se pode esperar dessa “pedagogia revolucionária” em relação ao papel do professor e da aprendizagem dos educandos? Qual o destino da letra cursiva? Terá a escrita manual alguma função social nesse contexto?

Embora ainda seja muito cedo para apresentar respostas concretas a essas indagações, faz-se necessário, desde já, refletir sobre as possíveis consequências que essa “nova pedagogia” de alfabetização da escrita, se implantada, poderá acarretar para o domínio da linguagem verbal e da leitura, bem como para o setor político, econômico e cultural da sociedade brasileira.

Fazer com que os verbos ler e escrever possam ser conjugados de forma concomitante é, pois, uma responsabilidade dos governantes, da escola e de todos os que pensam e fazem Educação.

Autor: Marcos Pereira dos Santos é mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), professor Adjunto do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais/Faculdades Integradas dos Campos Gerais (CESCAGE) – campus Ponta Grossa/PR.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

OUTUBRO - DIA NACIONAL DA LEITURA




Comemoramos, em 12 de outubro, o Dia Nacional da Leitura. A iniciativa do Governo Federal tem por objetivo ressaltar a importância da leitura e criação literária como processo de formação e inclusão sociocultural.
“Um país se faz com homens e livros.” Monteiro Lobato
Comemoramos, em 12 de outubro, o Dia Nacional da Leitura. A data foi instituída pela lei nº 11.899, de janeiro de 2009. A iniciativa do Governo Federal tem por objetivo ressaltar a importância da leitura e criação literária como processo de formação e inclusão sociocultural.
Juntamente com o dia, é comemorada a Semana Nacional da Leitura e da Literatura. As celebrações buscam, principalmente, alcançar os jovens e as crianças, uma vez que, na data escolhida, é festejado o Dia das Crianças.
Programas de incentivo à leitura
A leitura é uma ferramenta fundamental para a transformação social, construção da cidadania e educação nacional. Entretanto, no Brasil, a média de livros lidos anualmente, por pessoa, é inferior a quatro exemplares, número muito baixo em relação aos Estados Unidos, em que a média é de 10 livros.
Pensando na importância em mobilizar o país sobre o valor da leitura, vários programas, projetos e ações estão sendo desenvolvidos em todo o território nacional, entre eles:
Plano Nacional do Livro e Leitura
“Promover o acesso à leitura e ao livro a toda a sociedade brasileira, contribuindo para a elevação do número de leitores e o acesso ao livro como condição essencial para o pleno desenvolvimento humano, para o exercício da cidadania e para o desenvolvimento social e econômico de qualquer sociedade.” Esse é o objetivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL).
Lançado em 2006, pelos Ministérios da Educação e da Cultura, o PNLL desenvolve, estimula e apoia diversas ações de incentivo à leitura.
Programa Nacional de Incentivo à Leitura

Vinculado à Fundação Biblioteca Nacional, do Ministério da Cultura, o Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler) promove ações e cursos que buscam incentivar a prática da leitura.
Criado em 1992, tem como objetivo promover o interesse nacional pela leitura e escrita, a promoção de políticas públicas de acesso ao livro e à leitura, além de viabilizar a realização de pesquisas sobre livro, leitura e escrita.
Fundo Nacional Pró-Leitura
Ainda em processo de implantação, foi aprovado pelo Senado Federal, no início do ano, o projeto de lei que cria o Fundo Nacional Pró-Leitura.
O Fundo visa financiar em até 80% os projetos que buscam a recuperação de bibliotecas públicas, que incentivem a produção e a venda de livros e que estimulem a exportação de livros nacionais. Além disso, terão apoio também as iniciativas que assegurem o acesso à leitura de pessoas com deficiência visual.
O Fundo Nacional Pró-Leitura, que integrará o Ministério da Cultura, será mantido com recursos do Tesouro Nacional, doações e auxílios de entidades de qualquer natureza.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Jovens sedentários




Apenas cuidar das calorias ingeridas no dia-a-dia escolar não basta. Existe um aspecto fundamental para equilibrar a balança: a prática de atividade física ou, como muitos preferem, a adoção de um estilo de vida ativo. Enquanto permanecerem sentados em frente à TV, ao computador ou videogame, dificilmente os jovens conseguirão ficar de fora dos números do último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostra que uma a cada três crianças com idade entre 5 e 9 anos e um a cada cinco jovens na faixa etária de 10 a 19 anos estão acima do peso.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza, pelo menos, 300 minutos semanais de atividade física para crianças e adolescentes. Entretanto, os estudantes brasileiros estão longe de cumprir essa recomendação. A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2009, realizada pelo IBGE com 60.973 alunos do 9º ano do ensino fundamental, das redes pública e privada de todo o País, apontou que apenas 43,1% dos estudantes poderiam ser considerados ativos pelo critério da OMS. Um estudo anterior, conduzido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em 2004, com cerca de 10 mil moças e rapazes, com idade entre 15 e 29 anos, chegou a praticamente ao mesmo resultado, constatando que 57% dos jovens não praticam atividade física e que muitos não têm sequer interesse pelos esportes.
Mas por que falta movimento no cotidiano das novas gerações? Para o psicomotricista e professor de Educação Física Cloaldo Amaral Filho, foram as mudanças da sociedade que afetaram como os jovens se relacionam com o corpo. “Atualmente, não há espaços adequados (qualificados, seguros, bem localizados) nem tempo suficiente para as práticas corporais espontâneas, como as brincadeiras de rua. Como as questões corporais não são devidamente valorizadas (porque são pouco compreendidas) por famílias e escola, o resultado é a imobilidade quase generalizada”, explica.
Antigamente, as crianças e os adolescentes se exercitavam naturalmente. Sem a forte presença da tecnologia e das comodidades do mundo de hoje, não havia outro caminho a não ser se mexer. “Com o desenvolvimento tecnológico e a vida moderna, atividades que faziam parte do dia a dia, como levantar para mudar os canais da TV, andar a pé e brincar na rua, deixaram de existir. Não é possível ir contra a modernização, mas é importante que os hábitos sejam mudados e a atividade física programada seja incorporada à rotina de todas as pessoas”, afirma Vera Lúcia Perino Barbosa, especialista em obesidade infantil e presidente do Instituto Movere, de São Paulo (SP), organização sem fins lucrativos que desenvolve um trabalho de reeducação alimentar, atividades físicas e mudança de comportamento com crianças e adolescentes de baixa renda com sobrepeso e obesidade.
Um bom indicador do sedentarismo entre os jovens é o índice do tempo que permanecem sentados. Um levantamento realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, com 538 estudantes de 13 anos de idade, revelou que, em média, os adolescentes ficaram sentados 7 horas por dia, durante a semana, e 5 horas por dia no fim de semana. Segundo o coordenador do grupo que conduziu o estudo, Paulo Roberto dos Santos Amorim, a tecnologia tem grande influência sobre esses números. “O pior é que está aumentando esse comportamento, principalmente por causa do tempo de tela, gasto com o computador, videogame, TV, celular, etc. Tempo de tela é o termo utilizado para designar essas atividades que competem com um estilo de vida mais ativo.” Mas o docente explica que a escola também contribui para o sedentarismo, haja vista que, durante a semana, quando estão estudando, a quantidade de horas que os jovens ficam sentados é maior. “Onde começa
o comportamento sedentário infantil? Porque em casa a criança brinca. Começa quando a gente encerra o comportamento dela em sala de aula. Por isso, as crianças, em geral, adoram o momento da Educação Física”, analisa Amorim.

Educação Física
A falta de atividade física traz uma série de consequências negativas para as crianças. Além de contribuir para a obesidade e outros problemas de saúde, compromete o desenvolvimento de habilidades como força, velocidade, destreza, equilíbrio, coordenação motora ampla e fina, entre outras. O professor Amaral destaca, também, que a importância da prática corporal não se resume ao aumento do gasto energético e à iniciação ao esporte competitivo. Existem outros aspectos envolvidos, como a descoberta de si e do mundo ao redor, que se concretiza a partir das experiências corporais. “Outro aspecto pouco observado são as relações sociais que se estabelecem nesse tipo de atividade, um potencial riquíssimo para a vivência de valores. A aprendizagem dessas questões pode ser muito mais efetiva nessas situações do que em sala de aula. Pela minha observação dessa realidade, percebo que a criança de hoje está pagando um preço por sua imobilidade, seja na esfera psicoafetiva, social ou cognitiva”, analisa o psicomotricista.
As aulas de Educação Física são a oportunidade mais evidente que as escolas possuem de trabalhar as práticas corporais e contribuir para a redução do sedentarismo entre os jovens. Porém nem sempre esse espaço reservado no currículo é suficiente ou capaz de cumprir sua função. Dados da mesma pesquisa do IBGE sobre a frequência da Educação Física nas escolas mostraram que 49,2% dos alunos tiveram dois dias ou mais de aulas da disciplina, na última semana da época do estudo. A proporção foi maior nas escolas públicas, onde o percentual foi de 50,6%. Nas instituições da rede privada, a frequência de pelo menos duas vezes por semana atingiu 43,9% dos alunos. Entretanto, os especialistas consultados nessa reportagem não acreditam que, na maioria dos casos, a disciplina desenvolva um trabalho efetivo e estimulante à atividade física. “As aulas de Educação Física oferecidas em escolas públicas e também privadas carecem de planejamento e orientação adequados às crianças, aos adolescentes e às suas famílias. Um cronograma de atividade física bem elaborado, com aulas teóricas e práticas incentivando as crianças e os adolescentes, mudaria o cenário monótono que hoje é a Educação Física na escola”, critica Vera Barbosa.
Para evitar que as aulas sejam apenas um momento “para jogar bola”, Amaral sugere que cada instituição de ensino defina, em primeiro lugar, o papel da Educação Física no contexto da educação e priorize uma abordagem inclusiva, em que o foco não se concentre apenas na prática de esportes e situações competitivas, para que a maioria seja contemplada, desenvolvendo o “gosto” na criança pela atividade física, esportiva, lúdica, etc., por toda a vida.

Recreio
Como a própria palavra indica, recreio significa ou deveria significar “algo que serve para divertir; brincadeira”, segundo definição do dicionário Houaiss. Da mesma forma que o vocábulo caiu de moda, passando a ser mais conhecido entre as novas gerações por “intervalo”, esse período tão aguardado pelas crianças e pelos adolescentes mudou um pouco suas características em muitas escolas do Brasil. Ao invés de corda, amarelinha, pião, bola-de-gude, elástico, o que mais se vê são crianças “zanzando” e conversando. Apesar da aparente agitação, os alunos estão gastando muito menos energia do que deveriam nesse momento. Essa é a conclusão de outro estudo conduzido pela Universidade Federal de Viçosa no ano passado, que usou duas técnicas (aferição
da frequência cardíaca e observação direta), em dois grupos diferentes, para medir a intensidade das atividades durante o recreio escolar. No total, foram avaliados 90 alunos, com idade média de 11 anos, de quatro escolas da rede pública e privada de Viçosa, em três intervalos de 30 minutos. Segundo Paulo Roberto Amorim, que também coordenou essa pesquisa, nos dois grupos, o resultado foi similar, os estudantes atingiram um nível de atividade física moderada a intensa em apenas 10% do tempo do recreio, ou seja, durante 3 minutos, chegando, no máximo, a 6 minutos, o que corresponde somente a 10% da recomendação geral de 60 minutos diários nesse nível de intensidade. Pela observação direta, em que os pesquisadores registravam as ações das crianças a cada 5 segundos, foi possível verificar que as atividades dos alunos eram muito intermitentes, não permitindo atingir a intensidade necessária para contribuir para a saúde das crianças e dos adolescentes.
“As escolas precisam aproveitar melhor a oportunidade do recreio”, recomenda Amorim. O especialista lembra que, com o aumento da oferta do tempo integral, haverá ainda mais períodos disponíveis para transformar no que chama de “intervalos ativos”. Na segunda etapa desse estudo, que ainda não foi concluído, os pesquisadores ofereceram bambolê, corda, peteca, elástico, entre outros materiais, aos estudantes e houve um aumento considerável no padrão de atividade. “Se a gente fizer pequenas ações, com certeza consegue alterar esse comportamento. É uma questão de valorização do comportamento ativo”, reforça. Amorim acredita que a responsabilidade de estimular uma vida mais ativa é de todos, mas que a escola tem esse papel de levar a informação para que o alerta de duas médicas norte-americanas, que costuma usar no início da apresentação dos seus trabalhos, não se concretize. Jennifer L. Miller e Janet H. Silverstein afirmam: “Se as crianças continuarem a ganhar peso nas proporções atuais, a obesidade será a causa líder de mortalidade. As crianças de hoje estão sob o risco de se tornarem a primeira geração a morrer em uma idade anterior a de seus pais.” Sem uma alimentação saudável e uma vida menos sedentária, com a contribuição fundamental da escola, será difícil para os jovens escaparem desse triste presságio.

Matéria publicada na edição de março de 2011 da revista Gestão Educacional

Formar, eis a questão!



Em todos os momentos de nossa vida estamos sempre em “formação”. Formar é o processo contínuo de construção do conhecimento, pelo qual passamos e que não há finalização... A não ser com a morte! E quem sabe esse processo não continua na eternidade, em outros níveis, como o espiritual, por exemplo!
Falar e realizar a formação continuada nos dias atuais não é fácil. Há quem torça o nariz, há quem diga que é indispensável e ainda que seja uma onda de modismo! Opiniões à parte, todos concordam que sem ela não temos como nos desenvolver, sobretudo, no campo profissional. Chega-se a pensar que só tem valor aquela formação (curso) que é paga do seu bolso, pois esta você irá pensar duas vezes antes de reclamar se presta ou não!
A formação em si não significa nada se o formando não se debruçar no sentido de querer, de desejar ser formado, seja por conta própria, seja inserindo-se em capacitações, aperfeiçoamentos ou especializações, nos mais diferentes formatos e tempo, com as mais variadas cargas horárias, metodologias e finalidades.
Após nos formarmos em quaisquer desses aspectos apresentados, qual é a nossa relação com o saber construído? Em que ele é aplicado? Que resultados se têm a curto, médio e longo prazo? Ou não tem resultado?
Essa reflexão é muito pertinente antes de ingressarmos em qualquer curso proposto, pois as respostas positivas diante dela é o que nos fará avaliar se estamos no rumo certo desse investimento, seja ele de iniciativa própria ou por estar inserido em um campo que requer aperfeiçoamento profissional contínuo por ocasião do desenvolvimento de projetos, propostas ou ações, como é comum na área da Educação.
Esse é um caminho que, ao ser iniciado, não tem volta, é como a invenção da roda! A roda que nos move rumo ao conhecimento gradativo e necessário a nossa atuação docente. Quem não tem a pré-disposição para trilhar esse caminho está fadado a ser atropelado, seja pela roda, seja pelos que conduzem o carro no qual está essa roda, ou seja, todos nós!
Reflita como está o seu desenvolvimento profissional continuado. Qual tem sido seu interesse, compromisso, determinação e, sobretudo, ações frente a essa questão que suscita tantas reclamações, mas que é tão necessária ao avivamento profissional e por que não dizer pessoal.

Texto de Alessandra Camargo (técnica da Secretaria de Educação do Tocantins e Mestre em Educação pela Universidade de Brasília (UnB), com ênfase em Formação Continuada).

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Por que é importante manter o cérebro ativo?

- Aprender é modificar o cérebro com experiência. Quanto mais você se esforça, mais aprende, e melhor você fica naquilo que pratica.

- Por isso, o melhor remédio para a memória, a atenção e o raciocínio é... usar a memória, a atenção e o raciocínio!

- Manter o cérebro ativo também é fundamental para evitar as perdas que vêm com a idade.

- Motivação é fundamental. Vendo seu desempenho melhorar, você ganha autoconfiança e vontade de continuar aprendendo e mantendo seu cérebro sempre ativo.

- O cérebro custa caro em energia e nutrientes; todas as capacidades que não são usadas vão aos poucos enfraquecendo para ceder recursos às funções que são de fato úteis.

- Por isso é importante manter o cérebro ativo com atividades variadas. Mas isso não basta; um estilo de vida saudável também é fundamental.

Fonte: Cérebro melhor

Educação sustentável

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Recomeçar...


Recomeço...
o grande espetaculo da vida
a grande virtude dos dias,
semblante verdadeiro de buscas
e alegrias, anceios e medos...
mas lindo quando tudo acontece.

Gernelle vasconcelos

terça-feira, 5 de julho de 2011

Férias!!!


Está se aproximando nosso recesso escolar. Momento para recarregar nossas energias e se preparar para o segundo semestre!

A cola, a escola e a internet




Fato recente tomou conta dos noticiários no Brasil acerca de uma escola do Rio de Janeiro que enviava os deveres de casa através da internet. Os alunos que dessem conta de todos os exercícios poderiam ser beneficiados com mais um ponto na média do bimestre. A crise foi iniciada quando a escola descobriu que todas as respostas estavam num site de relacionamento de uma das alunas.
Instalou-se um clima de descontrole. A aluna foi instada a retirar as respostas ou desativar o site. Foi suspensa, segundo a imprensa, por cinco dias e, ainda conforme foi noticiado, enviada para casa no meio do turno escolar, ficando perambulando pelas ruas do Rio de Janeiro sem que a família fosse avisada. A família recorreu a uma delegacia de polícia alegando constrangimento da aluna.
Já comentei em meu blog que a aluna merecia um prêmio pelo uso da ferramenta de comunicação. É muita ingenuidade usar a internet para solicitar que os alunos façam exercícios e esperar que a mesma não seja usada para as respostas. A escola não pode desconhecer o poder da eletrônica. Os alunos nasceram dentro desta era e comunicam-se com uma rapidez quase impossível de ser acompanhada.
O melhor que uma escola pode fazer se quiser usar os meios de comunicação é sugerir que assistam filmes, que discutam com os colegas pelo Twitter alguns assuntos, postando-os nas redes e até enviando desafios acadêmicos para toda a turma da escola, insistindo para que pesquisem, consultem os colegas, troquem experiências e postem os resultados. Os desafios devem ser muito difíceis para criar esse espírito de busca e ousadia do nosso estudante. O erro está em conceder pontuação para este tipo de exercício.
Outra questão mais importante para os estudantes é saber que, sem fazer exercícios, não aprenderão. Exercitar-se é uma das condições indispensáveis para aprender.
Se a aluna foi enviada para casa no meio do turno, então se trata de falta grave por parte da escola, sobretudo diante de uma cidade que não oferece tanta segurança.
Mas, a pergunta fundamental ainda é outra: por que isso ainda ocorre? Por que uma família prefere a delegacia de polícia à coordenação da escola?
Isso ocorre pela falta de estabelecimento de um elo fraterno entre escola e família muito além da assinatura de um contrato de prestação de serviço. Além disso, tanto a escola e os professores precisam ter mais cuidado com as pessoas, quanto as famílias devem desenvolver em seus filhos o respeito pelos mestres e instituições escolhidas para que eles estudem.
Em educação, a relação formal precisa existir, no entanto, a relação afetiva e de confiança será o pano de fundo de toda uma educação de excelência.
Prof. Hamilton Werneck é pedagogo, escritor e conferencista.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

QUAL O SEGREDO DO SUCESSO PESSOAL E PROFISSIONAL?

Existe um fato comum à vida dentro e fora das empresas: as oportunidades estão próximas, no entanto, se desejamos maior variedade, maior fartura de oportunidades, novas vivências, experiências, etc., devemos ir além de nossos limites territoriais. Devemos ir onde nunca exploramos, onde nunca estivemos, degustar novos produtos, novas experiências, novos sabores.

Precisamos de invenção em detrimento à adivinhação. E assim funciona na vida da gente também. Tanto pessoal quanto profissionalmente, quando inventamos, criamos caminhos, criamos alternativas de novas saídas, novos mercados. Quando inventamos, criamos novas possibilidades de resultados. Se ficarmos esperando as respostas caírem do céu, quase nunca sairemos da mesma posição.

Muitas pessoas ficam esperando pelo acontecimento de algo em suas vidas e não mudaram o próprio curso do destino. Pior, o destino os presenteia com a chamada passividade e eles passam a ser coadjuvantes das vidas dos que realmente inventam o próprio destino. Isso tem a ver com sermos normais e o que chamo de “anormais”.

Os normais são os que fazem sempre as mesmas coisas e, obviamente, obtém sempre os mesmos resultados. E a vida é assim: se fizermos diariamente o mesmo, colheremos sempre as mesmas coisas.

Os anormais são os que quebram regras, os que muitas vezes simplificam. É verdade! As coisas, as rotinas, com o tempo, tendem em muitos casos à sofisticação e burocratização. Um banho de simplificação é saudável a todas as pessoas em vários segmentos.

Os anormais também são questionadores. São questionadores que vão além da simples respostas aos seus por quês! Questionam já com uma intenção de aperfeiçoamento, de crescimento, de evolução. Muitas vezes, tal questionamento visa a própria simplificação.

Os anormais mostram novos caminhos e são extremamente proativos.

É importante ressaltar que proatividade tem a ver com ter iniciativa. Tem a ver com ir além, superar as expectativas iniciais!

Quando um funcionário é contratado para exercer uma função e fica restrito ao que foi solicitado, mostra-se limitado mentalmente ao seu território. Não avança, não vai além, não supera expectativas, é o normal.

Se ele amplia sua visão territorial, sugere melhorias, envolve-se com o trabalho como um todo, mostra comprometimento, ele é proativo! Ele é um anormal!

Outro detalhe interessante é que o comprometido está a anos luz de distância do disponível. O disponível está ali de corpo presente e até dispõe-se a ficar até mais tarde, dispõe-se a carregar um equipamento, fazer a mudança, etc. O comprometido evita o desperdício de tempo, de energia. Ele pensa e age antes de ser solicitado...

Portanto, o anormal é proativo e também comprometido.

O proativo está sempre em estado de MELHOR EU, que representa buscar o crescimento, a conquista sem nunca prejudicar colegas, sem puxar tapete, sem chutar canela, sem subir a qualquer custo. O contrário será sempre o MENOR EU... O famoso colega que busca levar vantagem em todas as circunstâncias...que pena...

Um avião geralmente sai de um aeroporto e chega a outro... Tudo dentro de um planejamento, usando os melhores instrumentos para garantir a qualidade do voo. O que gostaria que refletisse comigo é sobre onde construiremos as melhores pistas de pouso para nossos projetos pessoais e profissionais. Se continuarmos a fazer o que sempre fizemos, encontraremos sempre os mesmos resultados. É a lei da vida e da mesmice...

Somente mudaremos os destinos de nossas vidas com atitudes planejadas e estruturadas hoje. Pouquíssimas pessoas realizam-se por uma coincidência do universo. Outras fazem um planejamento no subconsciente, de forma tão energizada e pouco explícita, que seus projetos acontecem parecendo obra do acaso, mas não são. Tem toda uma energia fluindo para que suas metas e realizações venham à tona.

Tudo na vida começa com um sonho. Sonho de consumo, de adquirir, possuir, de ter e de ser.

Sonhar com um bem, um carro novo, uma casa, uma viagem ao exterior, um novo emprego, novo cargo, nova carreira, novo negócio... Tudo na vida é sonhado! Sonhar é o primeiro passo de qualquer realização.

O processo de sonhar é como se aparecesse um balãozinho de impulso pelo que fazer, o que realizar. É o fato em si.

Depois que sonhamos, o passo seguinte é desejarmos.

O momento do desejo é aquele em que criamos cenas pessoais usufruindo do sonho. Funciona como uma mini-série em nossas mentes, uma novela. Desejar é o passo onde nos enxergamos na situação, degustamos a experimentamos no subconsciente os prazeres e fatos transformacionais.

Conheci um empreendedor que sonhava com seu restaurante. Quando construía os enredos do empreendimento em sua mente, fechava os olhos para não mais voltar ao mundo real. E pasme, chegava a sentir o cheiro dos pratos que pretendia oferecer...

O que fico intrigado é que muita gente sonha e deseja; sonha e deseja; sonha e deseja... e para por ai...falta um passinho para que as coisas aconteçam, para que os sonhos se realizem, mas não acontece mais nada... Exatamente como se fosse impossível o passo seguinte...

Se você simplesmente sonhar, desejar e parar por ai, você vai “deixar a vida lhe levar”.

É a tal diferença entre inventar um futuro ou adivinhar um futuro! Quem fica tentando adivinhar o que vai acontecer não constrói, não intercede na produção da própria vida! Quem inventa, faz a diferença, pois cria os caminhos possíveis e até os impossíveis!!

Se você simplesmente sonhar e desejar, garanto que com raríssimas exceções nada acontecerá se não colocarmos METAS. As metas é que definirão de onde sairemos e onde chegaremos com nossas vidas e nossos sonhos!

E então? Para onde vai a aeronave da sua vida?

O momento é de ação! Voe alto com sua vida!!

Dill Casella


Fonte: www.dill.com.br

TODO MUNDO É UMA ILHA



Estou na sala de embarque do aeroporto! Lógico que cercado de estranhos e eles são dezenas... Dezenas de pessoas concentradas em afazeres pessoais e cada vez mais equipadas com recursos tecnologicamente modernos e desenvolvidos.

Ao meu lado, ocorre um “revival”! Algo me faz lembrar décadas que nem percebi como passaram rapidamente, quando era comum que as pessoas escutassem seus pequenos radinhos de pilhas, ora colados juntos aos ouvidos, ora com som de qualidade duvidosa e decibéis agressivos.

No exato momento, o personagem principal da minha viagem no tempo é um jovem, com seu moderníssimo celular, pulsando numa intensidade de sons graves que confunde com o som de um contrabaixo ao vivo... Falta harmonia, falta letra, falta qualidade...sobra barulho...mas não é sobre isso que quero falar. Ele está em seu mundo e, pasmem: tecla compulsivamente seu i-pad com a outra mão...

Ao lado do jovem, um senhor faz estripolias em seu smartphone, ao lado dele, quatro pessoas teclam compulsivamente em seus notebooks. Todos silenciosos, todos restritos ao próprio mundo!

Nossa, o que estão fazendo conosco? E os investimentos nesse mercado são cada vez mais BILIONÁRIOS! O Skype foi até “namorado” por outras gigantes da tecnologia, mas a Microsoft se dispôs a pagar US$8,5 bilhões pela empresa de serviço de chamadas de voz e de vídeo pela internet.

A Microsoft disse que a compra da Skype "irá melhorar e aumentar a acessibilidade de conversas de vídeo e de voz em tempo real pela internet, trazendo benefícios para consumidores e empresas, além de trazer novas oportunidades de negócios". Hiperconectividade potencializada, com certeza...

Tiro minha visão local e passo a olhar de maneira mais abrangente! Dezenas de pessoas com seus MP3, MP4, em suas ilhas de isolamento. A esmagadora minoria está lendo um livro (físico ou eletrônico) e uma massacrante maioria passa o tempo com atividades eletrônicas de fácil entretenimento.

O fato comum a todos que estão no mesmo ambiente é que não há troca de palavras, de experiências. Até o presente momento ninguém puxou aquele famoso “tempo frio, né?”, que nossos avôs e avós costumam ou costumavam fazer.

Todos estão focados em suas missões ao desembarcarem e, enquanto isso não chega, curtem um mundo absolutamente individual. Isso me leva a crer que, cada vez mais, TODO MUNDO É UMA ILHA...

Opa! Tocou o celular do vizinho!! Vou prestar atenção: ”sim, sim...tô na sala de embarque...eu também te amo...não, não precisa rezar agora porque o vôo só sai daqui a uma hora...”. Achei o diálogo bonitinho e apaixonado! Enfim, uma pitada de emoção!

Será que potenciais clientes e fornecedores não poderão estar sentados bem ali, ao lado um do outro? Hum, isso me faz pensar em fazer algo para que aqui sentado, possa estar vendendo meu trabalho... Gritar o que faço? Pendurar um cartaz? Não, não me parece uma boa idéia... Caro leitor, se você tem uma idéia para divulgação que vai além da flor e do número do telefone pregados no paletó do cantor Falcão, avise-me, OK?

A reflexão de que TODO MUNDO É UMA ILHA me conduz a pensar o quanto a minha atividade é isolada. Tá certo que falo para auditórios lotados em todo o Brasil, graças a Deus!! Também não deixo de puxar conversa com as pessoas à minha volta! Ajuda a passar o tempo, mantém a mente ligada e já até converti tais conversas em negócios!! Fechei contratos na fila de embarque e dentro do avião!! Mas fora esses, meus demais momentos profissionais são de profundo isolamento (além de aeroportos e vôos, nas estradas, hotéis e, principalmente, nas horas de criação de textos, temas, artigos, slides, etc.).

Eu vim da área comercial e falar, fazer conexões reais (muito mais profundas que as virtuais) foi um dos grandes desafios da minha vida. Sempre trabalhei com produtos altamente competitivos e sempre precisei usar todas as formas de comunicação para vendê-los.

Sempre usei e até fui além da comunicação verbal! Usei dos mais variados recursos para vender e isso transformou-se na energia que uso em meus treinamentos atualmente!!

Acho que devemos atentar para isso: mais corações, calor humano, face to face! Mais piadas e risadas reais e menos kkkkks, hahahahas e rsrsrsrsrs virtuais. O mundo precisa de gente!! A tecnologia ajuda, reduz distâncias, ameniza saudades, mas nada substitui a presença de gente que fala, que respira, que troca energia, que olha no olho, que sangra, que ama!!

Peço licença, caro leitor. Olhe para o seu lado e comece agora um diálogo real, porque eu vou começar o meu com um vovô super simpático que sentou-se ao meu lado. A gente aprende tanto com os mais velhos...: “Senhor, sabe quanto foi o jogo ontem?...Tá brincando...Nossa!! O senhor é de onde?”



Dill Casella


Fonte: www.dill.com.br

Bebidas energéticas são um risco para as crianças



Relatório da Academia Americana de Pediatria 02/06/2011

Água é suficiente para a hidratação dos mais jovens
Um relatório da Academia Americana de Pediatria alertou para o fato de as bebidas energéticas não serem apropriadas para crianças e adolescentes em situação alguma, sendo que as desportivas ou isotônicas também não são indicadas para este grupo.

Este trabalho avaliou os componentes que constam nos rótulos das bebidas energéticas e desportivas nos EUA e concluiu que as primeiras possuem quantidades elevadas de cafeína e outros estimulantes que podem trazer risco para as crianças.

Segundo Marcie Beth Schneider, médica e co-autora do relatório, é difícil saber a quantidade de cafeína que há nos energéticos e alguns deles tinham 500 miligramas de cafeína, o equivalente a 14 latas de refrigerante.

Diferenças entre bebidas energéticas e desportivas

De acordo com os autores, há muita confusão entre as bebidas isotônicas e as energéticas. Além disso, muitas vezes, as propagandas de ambas são apontadas para o público infanto-juvenil. Dizem os investigadores que os adolescentes americanos muitas vezes não sabem as diferenças entre os dois tipos de bebidas e consomem uma energética, rica em cafeína, quando apenas queriam hidratar-se após o exercício.

As bebidas desportivas contêm hidratos de carbono, minerais, eletrólitos e componentes para dar sabor, com o objetivo de repor a água e os eletrólitos perdidos pelo suor durante o exercício. Esse tipo de bebida pode ser útil para jovens atletas que pratiquem exercícios prolongados e vigorosos, mas na maioria dos casos apenas água é o suficiente para reidratar após atividades desportivas e recreativas normais da criança.

Holly J. Benjamin, outra co-autora do relatório, esclareceu que este tipo de bebidas contém calorias extras que a criança não precisa e pode contribuir para a obesidade e problemas dentários. A responsável explica que é melhor para a criança consumir água durante o exercício e tomar a quantidade recomendada de sumo ou leite às refeições e enfatiza que as bebidas desportivas não são recomendadas para ingerir junto com a refeição.

Relativamente as energéticas, têm substâncias que não são encontradas nas bebidas desportivas e que agem como estimulantes, como cafeína e taurina. A cafeína, estimulante mais popular, está ligada a vários efeitos negativos em crianças, sobre o desenvolvimento dos sistemas neurológico e cardiovascular. Desta forma, as duas co-autoras reforçaram a ideia de que esta alternativa não é minimamente aconselhável para os mais jovens, tal como acontece com outros refrigerantes que contenham cafeína.

retirado do Blog Ciência Hoje

Necessidade




Se uma pessoa está doente sente que necessita de remédio. Se está com fome, necessita de comida, mas se não sabe ler, ninguém diz que ela necessita de educação. Ela própria não tem este sentimento. A falta de educação não é vista como uma necessidade, como doença ou fome. Educação não é vista como o preenchimento de uma necessidade.

Esta é uma das causas do abandono da educação: não ser vista como uma necessidade, como doença ou fome. Na beira de um rio, sente-se falta de uma ponte; entre duas cidades, falta de uma estrada; na poeira, sente-se falta de asfalto; no escuro, deseja-se energia elétrica. Também sentimos falta dos produtos industriais, mas a falta da educação não produz esta sensação de necessidade, de escassez, de fome, de demanda. A falta da educação não dói no estômago. A educação é vista como um valor agregado, não como o preenchimento de um vazio. Como um acréscimo, não como atendimento de uma necessidade.

Quem come percebe a necessidade de quem passa fome; quem se veste, sente a necessidade de quem tem frio; quem tem saúde sente pena do doente; contudo, o educado não sente a dor do deseducado e ainda põe nele a culpa de sua deseducação. Porque ninguém imagina que o deseducado foi condenado ao estado em que está por falta de atendimento educacional, da mesma forma que uma pessoa na fila do hospital está carente de atendimento médico, ou a que está em pé na parada de ônibus está carente de atendimento de transporte. Uma pessoa sem educação não é vista como necessitada. Uma pessoa na fila para conseguir vaga na escola para o filho não é vista como carente de um serviço de que necessita.

Os programas de saúde tratam, igualmente, os doentes jovens e velhos, estes até com mais ênfase no atendimento de suas carências. Já o programa atual de alfabetização se concentra nos jovens, pelo que eles produzirão a mais ao aprender a ler. Como se não valesse a pena alfabetizar os velhos, porque a alfabetização não é vista como uma necessidade e um direito, no máximo como uma ferramenta.

Há muitas razões pelas quais a educação brasileira é uma tragédia, mas a maior dessas causas é a percepção de que ela não é uma necessidade, é um “plus”, algo mais, como um luxo.

Esse é um erro trágico para o futuro do Brasil: não sentir necessidade de educação como se sente de comida, de hospital, estrada, ponte, hidrelétrica.

O fato de termos, em pleno Século 21, 14 milhões de analfabetos, não é visto como uma necessidade a ser atendida para erradicação de uma tragédia, como foi a erradicação da poliomielite. O analfabetismo, no máximo, é visto como um problema a ser resolvido. Não se vê o contingente de analfabetos como um potencial desaproveitado, nem uma multidão necessitada. Não são percebidos como uma imensa população que precisa reconhecer a bandeira de seu País, que eles não reconhecem por não ler o lema escrito no centro. A falta de educação não é vista como um vazio a ser preenchido.

Quando tomamos conhecimento de que 30 a 40 milhões de brasileiros, o que equivale a 400 grandes estádios de futebol, são analfabetos funcionais, não temos a percepção de que eles estão privados de direitos, que passam fome de leitura, de emprego, de compreensão do mundo.

Quando lemos as estatísticas de que apenas um em cada três jovens termina o ensino médio – e, mesmo assim, com qualidade medíocre – não percebemos que isso significa 60 crianças saindo da escola por minuto, nem sentimos a necessidade delas receberem educação como fato tão forte quanto a fome de saber, uma ponte para o futuro, uma central de energia.

O problema de nossa tragédia educacional decorre de muitos fatos. O mais determinante deles é que não tratamos deseducação como necessidade.



Artigo publicado na revista Profissão Mestre de janeiro de 2011.

Professor da Universidade de Brasília e senador pelo PDT/DF. Site: www.cristovam.com.br.

domingo, 8 de maio de 2011

Dia das mães no CAP


Ontem, dia 07 de maio, comemoramos o dia das mães no colégio. Foi um evento bem gostoso em parceria com a Clínica de Estética Belle Vie, do Estreito. As mães passaram por sessões de massagens, maquiagem, limpeza de pele e podologia, assistiram palestras sobre nutrição com supervisores da Herbalife, higiene bucal com o Dentista Israel da Clínica Landa e ainda, emocionaram-se com o espetáculo das alunas do grupo de dança CAP e com a homenagem prestada pelos alunos do matutino e vespertino. A professora Alessandra Andrade prestou a homenagem em nome do grupo docente a todas as mães cantando a música: "Como é grande o meu amor - Roberto Carlos". As lembrancinhas que as mães receberam foram personalizadas e contaram com a confecção das meninas da Boutique das Lembrancinhas. Foi show!!! Parabéns a todo o grupo!

domingo, 3 de abril de 2011

Professores! Até quando?

Ainda há esperança!

Grupo de estudos



A neurociência parece ser uma porta para inúmeras respostas com relação à educação. Nós, educadores comprometidos em fazer o melhor pelos nossos alunos, buscamos incansavelmente por formação nesta área e aqui em Florianópolis não encontramos nada. A Udesc em parceria com a Ufsc abriu um curso de extensão e finalizou as inscrições no mesmo dia, tendo em vista a enorme procura. Foram mais de 1000 inscritos!!! Ou seja, os professores querem sim conhecer essa ciência e aplicá-la à educação. Mas como? Não temos profissionalização aqui... Assim, nós professores do CAP, tomamos a iniciativa de montar um grupo de estudos independente, objetivando conhecer bibliografias, contactar profissionais de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro (onde a neuroeducação já é digna de congressos, simpósios, pesquisas científicas...) para discutir temas afins e quem sabe, posteriormente chamarmos a atenção das nossas grandes Universidades para a socialização desses conhecimentos. Afinal, esse não é o papel deles?
Se você tiver interesse em participar conosco, entre em contato pelo e-mail: claudia@colegiopeixoto.com.br
Um abraço!

Entenda os diferentes transtornos de aprendizagem





O aprendizado é um processo complexo, dinâmico, que resulta em modificações estruturais e funcionais permanentes no SNC (Sistema Nervoso Central). As modificações ocorrem a partir de um ato motor e perceptivo, que, elaborado no córtex cerebral, dá origem à cognição.

O transtorno de aprendizagem pode ser classificado levando em conta as funções cognitivas afetadas. A importância dada aos problemas relacionados à aprendizagem tem aumentado significativamente na atualidade e isso se deve em grande parte ao fato de que o sucesso do indivíduo está ligado ao bom desempenho escolar.

Para Adams (1973), as dificuldades específicas para a aprendizagem se referem àquela situação que ocorre com crianças que não conseguem um grau de adiantamento escolar compatível com sua capacidade cognitiva e que não apresentam problemas auditivos, visuais, sensoriais ou psicológicos importantes que possam explicar tais dificuldades. O transtorno de aprendizagem se traduz por um conjunto de sinais sintomatológicos que provocam uma série de perturbações no aprender da criança, interferindo no processo de aquisição e manutenção de informações de uma forma acentuada.

É importante estabelecer uma diferenciação entre o que é uma dificuldade de aprendizagem e o que é um quadro de transtorno de aprendizagem. Muitas crianças em fase escolar apresentam certas dificuldades em realizar uma tarefa, que podem surgir por diversos motivos, como problemas na proposta pedagógica, capacitação do professor, problemas familiares ou déficits cognitivos, entre outros.

O que são os transtornos de aprendizagem?

Compreendem uma inabilidade específica, como de leitura, escrita ou matemática, em indivíduos que apresentam resultados significativamente abaixo do esperado para seu nível de desenvolvimento, escolaridade e capacidade intelectual.

A real etiologia dos transtornos de aprendizagem ainda não foi esclarecida pelos cientistas, embora existam algumas hipóteses sobre suas causas. Sabe-se que sua etiologia é multifatorial, porém ainda são necessárias pesquisas para melhor identificar e elucidar essa questão.

Nos transtornos de aprendizagem, os padrões normais de aquisição de habilidades estão perturbados desde os estágios iniciais do desenvolvimento, ou seja, não são adquiridos, decorrentes de falta de estimulação adequada ou qualquer forma de traumatismo ou doença cerebral. Os transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares compreendem grupos de transtornos manifestados por comprometimentos específicos e significativos no aprendizado de habilidades escolares. Esse comprometimento no aprendizado não é resultado direto de outros transtornos, ainda que eles possam ocorrer simultaneamente.

Para identificar os transtornos de aprendizagem é preciso que o paciente seja submetido a uma avaliação multidisciplinar (neurologista, fonoaudiólogo, psicólogo, psicopedagogo e outros).

Quais são os transtornos de aprendizagem?

Tanto o CID – 10 como o DSM-IV apresentam basicamente três tipos de transtornos específicos: o transtorno da leitura, matemática e expressão da escrita. A caracterização geral desses transtornos de aprendizagem não difere muito entre os dois manuais;

Transtorno da leitura: é caracterizado por uma dificuldade específica em compreender palavras escritas. Dessa forma, pode-se afirmar que se trata de um transtorno específico das habilidades de leitura, em que foram eliminadas todas as outras causas.

O DSM-IV classifica como critérios diagnósticos para o Transtorno da Leitura:

• Rendimento da capacidade de leitura, como correção, velocidade ou compreensão da leitura, significativamente inferior à média para a idade cronológica, capacidade intelectual e nível de escolaridade do indivíduo.

•A dificuldade de leitura apresentada pelo indivíduo interfere de modo significativo nas atividades cotidianas que requeiram habilidades de leitura.

• Sob a presença de algum déficit sensorial, as dificuldades de leitura excedem aquelas habitualmente a este associadas.

• A leitura oral se caracteriza por distorções, substituições ou omissões, e junto com a leitura silenciosa vem acompanhada por lentidão e erros na compreensão do texto.

Transtorno da matemática: também conhecido como discalculia, não é relacionado à ausência de habilidades matemáticas básicas, como contagem, e sim à forma com que a criança associa essas habilidades com o mundo que o cerca. A aquisição de conceitos matemáticos, bem como de outras atividades que exigem raciocínio, é afetada nesse transtorno, cuja baixa capacidade para manejar números e conceitos matemáticos não é originada por lesão ou outra causa orgânica. Falha na aquisição da capacidade e na habilidade de lidar com conceitos e símbolos matemáticos. Basicamente, a dificuldade está no reconhecimento do número e do raciocínio matemático.

O Transtorno da Matemática, segundo o DSM-IV, é caracterizado por:

• A capacidade matemática para a realização de operações aritméticas, cálculo e raciocínio matemático, encontra-se substancialmente inferior à média esperada para a idade cronológica, capacidade intelectual e nível de escolaridade do indivíduo.

• As dificuldades da capacidade matemática apresentadas pelo indivíduo trazem prejuízos significativos em tarefas da vida diária que exigem tal habilidade.

• Em caso de presença de algum déficit sensorial, as dificuldades matemáticas excedem aquelas geralmente a este associadas.

• Diversas habilidades podem estar prejudicadas nesse transtorno, como as habilidades linguísticas (compreensão e nomeação de termos, operações ou conceitos matemáticos, e transposição de problemas escritos em símbolos matemáticos), perceptuais (reconhecimento de símbolos numéricos ou aritméticos, ou agrupamento de objetos em conjuntos), de atenção (copiar números ou cifras, observar sinais de operação), e matemáticas (dar sequência a etapas matemáticas, contar objetos e aprender tabuadas de multiplicação).

Transtorno da expressão escrita: refere-se apenas à ortografia ou caligrafia, na ausência de outras dificuldades da expressão escrita. Nesse transtorno, geralmente existe uma combinação de dificuldades na capacidade de compor textos escritos, evidenciada por erros de gramática e pontuação dentro das frases, má organização dos parágrafos, múltiplos erros ortográficos, na ausência de outros prejuízos na expressão escrita. Falha na aquisição da escrita; implica uma inabilidade ou diminuição no desenvolvimento da escrita.

O Transtorno da Expressão Escrita, de acordo com os critérios diagnósticos do DSM-IV, são:

• A capacidade das habilidades de expressão escrita encontram-se significativamente inferior à média para a idade cronológica, capacidade intelectual e nível de escolaridade do indivíduo.

• A dificuldade na expressão escrita apresentada pelo indivíduo interfere de modo significativo nas atividades cotidianas que requeiram habilidades de escrita, como escrever frases gramaticamente corretas e parágrafos organizados.

• Na presença de algum déficit sensorial, as dificuldades de escrita excedem aquelas habitualmente a este associadas.

• O problema se caracteriza por dificuldades na composição de textos, erros de gramática e pontuação, má organização dos parágrafos, erros frequentes de ortografia e caligrafia precária.

O tratamento para os transtornos de aprendizagem é sempre multidisciplinar, focado nas áreas de maior dificuldade de seus portadores. É preciso que o paciente seja submetido a uma avaliação detalhada e, assim, será possível ajudá-lo a potencializar e criar estratégias para que obtenha um sucesso na área acadêmica.


Marina E. Alves Guimarães – Fonoaudióloga – CRFª7480/MG
Departamento de Distúrbios de Aprendizagem relacionados à visão
Hospital de Olhos - Dr. Ricardo Guimarães

Referncias Bibliogrficas:

ROTTA, Newra Telllechea , OHLWEILER, Lygia e RIESGO, Rudimar dos Santos. Transtornos de aprendizagem–abordagem neurobiológica e multidisciplinar Editora: Artmed . Porto Alegre, 2006.Capítulo 9

CIASCA, S. M. (org.) Distúrbios de aprendizagem: proposta de avaliação interdisciplinar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003, 220p.2

BRITO, Ana Teresa Brandão de Oliveira. Capítulo: Os Distúrbios de Aprendizagem e os Distúrbios Específicos de Leitura e da Escrita – Jaime Luiz Zorzi - Editora Pulso: São José dos Campos, 2005.

POPPOVIC, Ana Maria Alfabetização: disfunção psiconeurológica, 3. ed., São Paulo, Vetor Editora Psicopedagógica Ltda., 1968.

VALLET, Robert E. Tratamento de Distúrbios de Aprendizagem: Manual de Programas Psicoeducacionais. (Coord. da Editora Brasileira Leopoldo A. de Oliveira Neto), São Paulo, EDU/EDUSP, 1977.

MÖOJEN, Sônia Maria Pallaoro Caracterizando os Transtornos de Aprendizagem.In: BASSOLS, Ana Margareth Siqueira e col. Saúde mental na escola: uma abordagem multidisciplinar. Porto Alegre: Editora Mediação, 2003.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Uma semana dedicada ao cérebro: Brain Awareness Week


A Brain Awareness Week (Semana da Consciência do Cérebro) promovida pela Dana Foundation é uma campanha global para aumentar a consciência da população sobre o progresso e benefício das pesquisas sobre o cérebro. É uma demonstração da importância do tema para o cotidiano das pessoas e um grande estímulo para que todos cuidem bem do seu cérebro. Todo ano no mês de março, diversas organizações ao redor do mundo, inclusive no Brasil, unem esforços durante uma semana inteira para celebrar o cérebro.
Durante essa semana, que neste ano começou no dia 14 de março e segue até o dia 20, parceiros da campanha, como o Cérebro Melhor, organizam eventos e atividades para educar pessoas de todas as idades sobre o cérebro e estimular mais pesquisas. Essas atividades incluem visitação a laboratórios de neurociência, exposições em museus, palestras, quiosques em shoppings, bibliotecas e centros comunitários, e debates em salas de aula.
Como já salientamos em artigos anteriores, é importante que todos conheçam alguns fatos sobre o cérebro:
O cérebro, a mais complexa estrutura do corpo humano, pesa somente 1,4 kg.
O cérebro contém em torno de 100 bilhões de células nervosas e ele pode enviar sinais a milhares de outras células numa velocidade de 320 quilômetros por hora.
Pesquisadores do cérebro aprenderam mais sobre o funcionamento do cérebro nos últimos 10 anos do que eles haviam aprendido no último século.
Apesar do mito de que pessoas mais velhas não conseguem aprender coisas novas, pesquisas sobre o cérebro não encontraram evidências para sustentar esse mito em pessoas saudáveis. Nem que o envelhecimento significa que a pessoa vai perder sua memória. Na verdade, pesquisas sugerem que quanto mais ativo você manter seu cérebro enquanto envelhece, com mais agilidade mental você vai ficar. As pessoas mais velhas levam mais tempo para aprender, mas eles vão reter o que aprenderam tão bem quanto pessoas mais novas.
Muitas pessoas não percebem a gama de doenças e desordens relacionadas ao cérebro. Por exemplo, doença de Alzheimer, vícios, traumatismo craniano, doença de Huntington, AVC (acidente vascular cerebral), esclerose múltipla, depressão e epilepsia são todas doenças e desordens do cérebro.
Apesar de enormes avanços em pesquisa cerebral, desordens do cérebro e do sistema nervoso central continuam sendo, em muitos países desenvolvidos, a principal causa de invalidez e são responsáveis por mais hospitalizações e cuidados prolongados do que quase todas as outras doenças combinadas.
Participem também desse movimento divulgando aos seus amigos e sempre que possível, lendo sobre esse assunto!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Emotologia no rol das Neurociências


Texto de autoria do Professor Luiz Machado, Ph.D. - 21/02/2011


“Neurociência” é qualquer ciência, ramo de ciência ou conjunto de conhecimentos que se referem ao sistema nervoso central (SNC), por isso mesmo, o melhor uso da palavra é no plural: neurociências, pois não se trata de “uma” ciência e, sim, de várias ciências ou ramos de ciências.

A Emotologia é um conjunto de conhecimentos sistematizados com base em elementos da biologia moderna e da física quântica que, adquiridos via observação, identificação, pesquisa e explicação de determinadas categorias de fenômenos e fatos, são metódica e racionalmente formulados para promover o desenvolvimento das potencialidades humanas como elemento de autorrealização.

O primeiro pressuposto da Emotologia é que a atitude da pessoa diante da vida depende do estado do sistema de autopreservação e preservação da espécie (SAPE) no cérebro dessa pessoa. O SAPE é a resultante da interação do sistema das emoções, com destaque para o sistema límbico, e o sistema glandular endócrino. A programação colocada nessa interação vai determinar nosso comportamento, dependendo das informações que colocarmos nela, de maneira consciente, ou não.

O sistema límbico é composto por estruturas, bem no interior do cérebro, logo acima do tronco cerebral (parte do encéfalo, ou seja, o que está dentro da cabeça, a qual forma uma transição entre o cérebro e a medula espinhal) correponsável pelas emoções. Não nos esqueçamos de que esta palavra, vinda do latim e(x), “fora”, “para fora” e motio (Pronuncia-se /mócio/, pela pronúncia tradicional do latim) “ação de pôr em movimento” indica o impulso, as energias que levam à ação.

É justamente porque a Emotologia e seu estudo estão muito relacionados aos sistemas das emoções, cujo substrato físico está no cérebro, vale dizer, no sistema nervoso central, que ela figura no rol das neurociências.

Para estudar e entender em profundidade a Emotologia, uma pessoa necessita, pelo menos, ter noção de como o cérebro se comunica com o sistema glandular endócrino para produzir as substâncias (hormônios) que vão influenciar o comportamento da pessoa. O hipotálamo, no cérebro, transmite informações à glândula hipófise (pituitária) que se comunicará com outras glândulas que lançarão seus hormônios diretamente na corrente sanguínea, provocando determinados comportamentos, inclusive o comportamento inteligente, razão por que o autor deste artigo continua na defesa de sua tese de que a inteligência depende mais do sistema límbico (ou outro nome que se dê aos sistemas das emoções) que do intelecto.

*Professor Luiz Machado, Ph.D.
Cientista Fundador da Cidade do Cérebro®
Mentor da Emotologia.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Amigos!

Acabei de passar por um procedimento cirúrgico e por isso estou impossibilitada de postar...

Assim que estiver melhor, eu volto!!!

Prometo!!!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

prazer em dar presentes e receber: a neurociência explica...

Exercícios fazem bem: até a neurociência comprova isso!

Nossos gostos musicais: a neurociência explica

Neurociência: que bicho é esse?

Malhando seu cérebro...


Treine a lateralidade direita do seu cérebro!

Fale somente as cores. O seu cérebro vai tentar ler as palavras. Desafie-o, usando sua lateralidade direita enquanto o cérebro tenta usar o lado esquerdo. ( esta brincadeira ajuda na concentração e na memória) divirta-se!

Promessas de governo...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Volta às aulas...


Para refletir...


Não eduques as crianças nas várias disciplinas recorrendo à força, mas como se fosse um jogo, para que também possas observar melhor qual a disposição natural de cada um.

Platão

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Dormir para reforçar a memória



Estudo publicado na “Nature” pode ter implicações clínicas...


Nos testes, memórias estimuladas durante o sono funcionaram melhor
Reforçar uma lembrança enquanto se dorme pode ser mais eficaz do que quando se está acordado, revela um estudo realizado por universidades alemãs e suiças e publicado na revista “Nature”.

Uma equipe de investigadores, liderada por Björn Rasch, treinou a memória de vários voluntários que colaboraram neste estudo e aprenderam a relacionar um cheiro com a localização de um objecto, de forma a que quando sentissem determinado aroma se lembrassem imediatamente de onde este estava.

Após esta ligação ter sido estabelecida, o reforço da memória foi feito em alguns participantes enquanto dormiam e noutros nos momentos em que estavam acordados, através da libertação do cheiro que correspondia ao artigo que tinham de saber onde se localizava.
Com esta experiência, os investigadores verificaram que as pessoas cuja memória foi reforçada durante o sono lembravam-se com mais precisão da localização do objeto. Já a lembrança dos participantes submetidos a testes enquanto estavam despertos tinha perdido intensidade e era mais fraca do que a do grupo anterior.

Para se certificarem destes resultados, os cientistas realizaram ressonâncias magnéticas nos participantes do estudo e demonstraram que as partes do cérebro ativadas enquanto recorriam à memória eram diferentes, dependendo do momento em que esta tinha sido estimulada.

Segundo os cientistas, este estudo pode ter implicações clínicas na área das neurociências para o tratamento de vários problemas, como o stress pós-traumático.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Para pais...



1. Jamais faça a lição por seu filho ou permita que outros o façam (avós, empregada, irmão mais velho, amigo). Tenha clareza de que a lição é de seu filho e não sua, portanto, ele tem um compromisso e não você. Deixe-o fazendo a sua tarefa e vá fazer algo seu. Ele precisa sentir que o momento da tarefa é dele.

2. Organize um espaço e um horário apropriados para ele fazer as tarefas.

3. Troque idéias ou formule perguntas para ajudar no raciocínio, mas só se for requisitado. Não dê respostas, faça perguntas, provoque o raciocínio.

4. Oriente, a correção fica a cargo do professor. Importante: não vale apagar o erro de seu filho. Quem deve fazer isso é o professor. Aponte os erros (torne o erro construtivo).

5. Diga "tente novamente" diante da queixa. Refaça. Recomece. Caso seu filho perceba que errou, incentive-o a buscar o acerto ou uma nova resposta. Demonstre com exemplos que você costuma fazer isso. Nesse caso, valem os itens anteriores para reforçar este.

6. Torne o erro construtivo. Errar faz parte do processo de aprender (e de viver!). Converse, enfatizando a importância de reconhecermos os nossos erros e aprendermos com eles. Conte histórias que estão relacionadas a equívocos.

7. Lembre-se de que fazem parte das tarefas escolares duas etapas: as lições e o estudo para rever os conteúdos. As responsabilidades escolares não findam quando o aluno termina as lições de casa. Aprofundar e rever os conteúdos é fundamental.

8. Não misture as coisas. Lição e estudar são tarefas relacionadas à escola. Lavar a louça, arrumar o quarto e guardar os brinquedos são tarefas domésticas. Os dois são trabalhos, no entanto, de naturezas diferentes. Não vincule um trabalho ao outro, e só avalie as obrigações domésticas.

9. Não julgue a natureza, a dificuldade ou a relevância da tarefa de casa. A lição de casa faz parte de um processo que começou em sala de aula e deve terminar lá. Se você não entendeu ou não concordou, procure a escola e informe-se. Seu julgamento pode desmotivar seu filho e até mesmo despotencializar a professora e, conseqüentemente, a tarefa de casa e seus objetivos.

10. Demonstre que você confia em seu filho, respeita suas iniciativas e seus limites e conhece
suas possibilidades. Crie um clima de camaradagem e consciência na família, mas não deixe de dar limites e ser rigoroso com os relapsos e irresponsabilidades.

Isabel Cristina Parolin, autora do livro Pais Educadores
- É Proibido Proibir? - Ed. Mediação.

Aquarela do Brasil

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Estamos preparando alunos para empregos que ainda não existem... Para resolver problemas que ainda desconhecemos...



Antigamente formávamos alunos para serem médicos, advogados, psicólogos... O mercado nos ditava essas regras e nós, escola, fazíamos.Tínhamos um norte a seguir. Sabíamos para onde exatamente caminhar, que técnicas utilizar, que metodologias. Mas atualmente, o que acontece é bem diferente. Estamos no século XXI e este nos coloca um desafio: ensinar aos alunos a inteligência relacional. Precisamos prepará-los para empregos que não existem ainda, para funções, mundo em constante evolução tecnológica e científica.
Assim, colegas, nos resta um único caminho: acompanhar esse crescente olhando de frente para a evolução e preparar essas crianças para terem atitude, iniciativa, dinamismo frente às inovações. Crianças que saibam relacionar-se entre si e com o meio.
E isso não é nada fácil. Como já dizia Galeano:
"A utopia está lá no horizonte. Aproximo-me dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Então, para que ela serve? Para que eu não desista de caminhar..."
E é esse o convite que eu faço a você, professor que como eu acredita e ama a educação: Continue caminhando!

Sucesso nessa caminhada!


"O professor deve ser um facilitador do aprendizado. Para isso se faz necessário que conheça como a criança aprende, que observe,anote, pesquise, enfim esteja atento de verdade a seus alunos com o verdadeiro olhar que eles precisam. Chega de pensar na profissão docente como se fosse um dom divino que não necessita de estudo, aperfeiçoamento, análise. Educar exige pesquisa. É ação científica, que portanto exige preparo constante. Esteja atento ao que você faz, professor! Você é peça fundamental na construção dos futuros cidadãos do mundo. Realmente EDUQUE. NÃO FAÇA NADA POR INTUIÇÃO, FAÇA SABENDO O QUE ESTÁS FAZENDO!!!"

domingo, 16 de janeiro de 2011

Para refletir...

"Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade. (...)
Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda!
Repito por pura alegria de viver:
a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena!"

Clarice Lispector

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Novas formas de aprender: nativos digitais x imigrantes digitais

Mês passado, como a maioria dos usuários antenados de tecnologia acompanhei o lançamento do novo tablet iPad da gigante Apple. Depois de dominar o mercado de MP3 com o iPod e causar uma verdadeira revolução na telefonia com a criação do iPhone, a Apple investe pesado na fatia de mercado de tablets com o iPad. Bom, encurtando a história um tablet é um computador em forma de prancheta eletrônica, sem teclado e com tela sensível ao toque(touchscreen). Para ter uma idéia de como é um, basta pensar em um “iPhone gigante”, com tela entre 7 e 10 polegadas. Todos os tablets anunciados na CES já saem de fábrica com conexão 3G e Wi-Fi, ou seja, prontos para acessar a internet. Porque começar esse bate papo de hoje com uma notícia que em tese poderia apenas interessar aos aficcionados pelo uso das maquinas. O caso é que muitos dos nossos alunos lidam todos os dias com parte dessas inovações tecnológicas. Na verdade muitos deles fazem parte de uma geração de nativos digitais. Individuos nascidos em uma era repleta de inovações tecnológicas. Enquanto nós professores, somos mais representativos dos chamados imigrandes digitais, ou em outras palavras, indivíduos que migraram para o mundo digital depois da fase adulta. Mesmo em ambientes mais pobres, com o crescimento das lans houses e do barateamento de celulares e video games mais modernos aliado a pirataria, muitos individuos tem acesso a algumas das midias mais modernas. Esse envolvimento com a tecnologia faz com que estes individuos aprendam de uma forma diferente e muito distante das tradicionais metodologias que ainda dominam o ambiente escolar. O caso é que temos um grande problema em vista. A grande maioria dos professores que hoje podemos encontrar nas escolas fazem parte de uma geração que não tem a meno intimidade com muitas das tecnologias mais usadas por nossos alunos como câmeras digitais, celulares modernos e computadores. Uma pequena prova disso é a quantidade de professores que na rede pública receberam notebooks e simplesmente não sabem o que fazer com esse equipamento, deixando a cargo de filhos e netos a utilização de um material que deveria ser útil no cotidiano. Não se trata apenas de um conflito de gerações, mas sim culturas de aprendizagem muito diversas que se chocam no cotidiano escolar, fazendo com que a escola perca o sentido de uma de suas dimensões: preparar as gerações futuras. As gerações anteriores eram muito menos visuais que as de hoje. As gerações de hoje são mais sistémicas, criativas, cooperativas que as de ontem. Outro detalhe importante é que falta de contato a escola não aproveita em suas atividades uma série de novas habilidades e competências características das novas gerações. A escola de hoje não liberta. Ao contrário parece mais uma gaiola para nossas crianças. Uma gaiola onde o tempo passa muito devagar.

Referências Bibliográficas:
MATTAR, João. Games em educação: como os nativos digitais aprendem. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

Por Marcos Antonio Silva

Neurodidática: que bicho é esse?

Por Rosilene Fernandes Diniz

Educar é um exercício milenar. Em tempos priscos, a atividade educacional já era exercida como mola impulsionadora do processo evolutivo. Desde os diálogos socráticos à realidade educacional atual, o ser humano sempre esteve envolto a ambientes que motivaram a aprendizagem e instigaram a descoberta de mecanismos e recriação de meios que ocasionassem uma melhoria de vida da espécie humana na terra. O desejo de aprender está arraigado à essência humana.

Devido à importância da educação para a sociedade, vários modelos educacionais foram criados, muitos teóricos apresentaram "fórmulas para o sucesso da aprendizagem" e uma miscelânea de paradigmas educacionais se instaurou no Sistema de Ensino Brasileiro. Algumas instituições seguem os moldes do tecnicismodifundido nos anos 70, inspiradas nas teorias behavioristas da aprendizagem e da abordagem sistêmica do ensino, apresentam como prática pedagógica ideal o desenvolvimento de atividades mecânicas, inseridas numa proposta educacional rígida e passível de ser totalmente programada em detalhes pelo professor. Outras instituições negam a prática tecnicista e acreditam que o saber deve ser instigado, construído, esta teoria foi denominada construtivismo, e a partir da definição do próprio vocábulo, nota-se que ela dissemina a idéia de que o saber deve ser construído, por não estar acabado e cristalizado no pensamento do professor. Para os teóricos deste modelo educacional a aprendizagem acontece por meio da interação do indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais; e se constitui por força de sua ação e não por qualquer dotação prévia. Todavia, nas instituições que seguem o modelo tecnicista, ou o modelo construtivista, ou naquelas que se dizem adeptas dos dois, acontece o insucesso educacional para alguns alunos e novas ideias surgem como possíveis soluções para este impasse.

A Neuropedagogia se apresenta como uma nova teoria, que diferente das outras, não se prende às discussões filosóficas, mas à praticidade do funcionamento cerebral e suas relações com o processo de aprendizagem, constitui-se comoelemento somatizador às teorias anteriores.

Para o educador preocupado em resolver as peculiaridades do processo de aprendizagem, faz-se necessário além do conhecimento acerca das práticas educacionais instituídas pelos modelos educacionais, a concepção sobre o funcionamento cerebral dos educandos e suas implicações no processo de aprendizagem. Como poetiza Rubem Alves, educar requer conhecimento e significação.

"Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música
não começaria com partituras, notas e pautas.
Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria
sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas.Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes."

O educador contemporâneo deve buscar subsídios para o processo de significação da aprendizagem. Como fazer com que o indivíduo se interesse pela "beleza da música"? Quais arranjos neurais estabelecem o aprender significativo? Como instigar a assimilação, acomodação, equilíbrio e adaptação das informações adquiridas durante o processo ensino-aprendizagem? Uma possível resposta para os questionamentos supracitados seria o educador trabalhar com a plasticidade cerebral visando propiciarsinapses na estrutura neural de seus alunos.

Pode-se ilustrar o supracitado por meio de uma reportagem publicada naRevista Superinteressante que descreveu comprovações acerca da revolução do cérebro. Segundo a reportagem o sistema nervoso é capaz de fazer novas conexões e esta capacidade regenerativa da estrutura cerebral pode ser a saída para inúmeros problemas de aprendizagem. Além disso, a ciência provou que a pessoa utiliza todo o cérebro e não 10% dele como se acreditou durante muito tempo, o que ocorre é que algumas partes do cérebro se desenvolvem mais, porque são mais ativadas que outras. Os indivíduos pensam de maneira diferente e aprendem por meio de estímulos diferentes, eles utilizam as áreas mais desenvolvidas do seu cérebro para compreender problemáticas que lhe são propostas. Um aluno que tem habilidade lingüística, pode desenvolver seu raciocínio lógicomatemático, por exemplo, por meio de estruturas lingüísticas. Parafraseando a obra O Alienista de Machado de Assis, a estrutura neural deixa de ser uma ilha e passa a ser um arquipélago. Inúmeras são as possibilidades de se estabelecer sinapses que geram a aprendizagem e cabe ao educador contemporâneo fazer uso deste conhecimento para desenvolver o cognitivo de seus alunos.

Maria Aparecida Affonso Moysés e Cecília Azevedo Lima Collares preceituam no artigo "Medicalização: elemento de desconstrução dos direitos humanos" que a sociedade trata seus problemas com naturalismo, transformando-os em algo natural e inevitável, deste modo, contribui para que eles permaneçam. Pode-se fazeruma analogia com o que fora apontado pelas autoras e a problemática da educação atual (repetência, fracasso escolar), pois nota-se que muitos educadores rotulam alunos como hiperativos, DDAs, disléxicos, entre outros arquétipos disseminados no contexto educacional atual e se conformam com o fracasso destes educandos. A falta de preparo dos professores para lidar com estas situações faz com que eles as caracterizem como algo inevitável. É uma nova vertente da "medicalização" diferente daquela aplicada na década de 60 e que visava silenciar o espírito dos jovens revolucionários denominando-os indivíduos cuja agressividade era resultado de uma disfunção cerebral. A suposta medicalização atual exclui crianças e adolescentes que por se comportarem de uma forma "diferente" são hostilizadas e esquecidas nos bancos escolares, muitas vezes oprimidas e rotuladas como limitadas. Os laudos que os professores pedem para entender o comportamento dessas crianças geralmente indicam a necessidade de avaliações diferenciadas que têm como principal objetivo aprovar os alunos com perfil diversificado do restante da turma. Poucos sugerem práticas pedagógicas que visem incentivar a superação das dificuldades destes educandos.

A Neurodidática propõe a superação destas dificuldades por meio do estudo da plasticidade cerebral e da aprendizagem significativa. Uexküll cita "Tudo que um sujeito percebe torna-se seu mundo da percepção, tudo que ele faz, seu mundo de ação. Mundo de ação e percepção formam juntos uma totalidade fechada, o 'millieu', o "mundo vivido".

Deste modo, é preciso que educadores conheçam as teorias relacionadas à Neuropedagogia e aprendam a trabalhar com os sistemas nervoso central e nervoso periférico, responsáveis pela aprendizagem e ordenação dos sentidos, além de conhecer a realidade de seus alunos, para que a partir dela, tracem sua ação pedagógica. A significação dos conceitos trabalhados em sala de aula é fundamental para a aprendizagem, sem ela o sistema nervoso central não encontra estímulo para captar as informações que lhe são apresentadas. A prática pedagógica deve se pautar na afetividade, na introdução de conceitos por meio de estímulosdo sistema nervoso periférico, que está relacionado aos sentidos, para que em seguida, o sistema nervoso central seja instigado a exercer sua função de acomodação, equilíbrio e adaptação dos conceitos propostos pelo educador aos alunos e o fracasso educacional seja superado.

Bibliografia:

SILVA, Ana Beatriz B. Silva. Mentes Inquietas. 42ª Edição. ed. Gente, 2003.

Revista Superinteressante. A revolução do cérebro. edição 229, agosto de 2006

MOYSÉS, Maria Aparecida Affonso e Collares Cecília. Medicalização: elemento de desconstrução. (Artigo científico)

TELLES, Vera Stela Telles. A leitura cognitiva da Psicanálise: problemas e transformações de conceitos. (Artigo científico)

SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 34ªEdição. ed. Autores Associados

Cunha, Maria Isabel. O bom professor e sua prática. 13ª Edição. ed. Papirus.


Fonte: http://www.webartigos.com/articles/20654/1/A-proficua-missao-de-ensinar-fundamentada-em-uma-concepcao-Neurodidatica/pagina1.html#ixzz1A5qKSPAT

Chave da sociabilidade humana está no cérebro



Amígdala cerebelosa está associada à capacidade dos indivíduos socializarem
2010-12-29

Volume da amígdala correlaciona-se positivamente com o tamanho de redes sociais em humanosCientistas americanos dizem ter encontrado uma associação entre a sociabilidade de um indivíduo e o tamanho da amígdala cerebelosa, uma pequena massa de núcleos de forma amendoada situada no interior dos lóbulos temporais do cérebro.

O estudo, feito por investigadores do Hospital Geral Massachusetts e da Universidade Northeastern, em Boston, e publicado na revista científica «Nature Neuroscience» confirma resultados de trabalhos anteriores que mostravam que alguns primatas vivem em grupos sociais maiores quando têm amígdalas maiores. "Sabemos que primatas que vivem em grupos sociais maiores têm uma amígdala maior, mesmo quando se tem em conta o tamanho total do cérebro e do corpo", disse Lisa Feldman Barrett, que liderou o estudo.

Nesta investigação foi considerada a espécie humana, sendo que o volume da amígdala voltou a correlacionar-se positivamente com o tamanho e complexidade de redes sociais em humanos adultos.
Os investigadores também analisaram outras estruturas sub-corticais dentro do cérebro e não encontraram evidências de um relacionamento similar entre essas estruturas e a vida social de humanos. Também não foram feitas associações entre o volume da amígdala e outras variáveis sociais na vida de humanos, como índices de satisfação social, por exemplo.

"A associação entre o tamanho da amígdala e o tamanho e complexidade da rede social foi observada tanto em indivíduos mais velhos como mais novos, homens e mulheres", referiu Bradford Dickerson, da Escola Médica Harvard, em Cambridge, outro cientista que participou no estudo.

Para realizar esta investigação, os investigadores contaram com a colaboração de 58 voluntários que responderam a perguntas sobre o tamanho e a complexidade das suas redes sociais. As questões referiam-se ao número total de contactos sociais regulares que cada participante mantinha, assim como o número de grupos diferentes a que esses contactos pertenciam.

Amígdala cerebelosa tem dois centímetros de diâmetro. Os participantes, com idades entre 19 e 83 anos, também foram submetidos a exames de ressonância magnética para que os cientistas pudessem obter informações sobre uma série de estruturas presentes no cérebro, incluindo o volume da amígdala cerebelosa.

Barrett disse que os resultados do estudo são consistentes com a "hipótese do cérebro social", uma teoria segundo a qual a amígdala humana teria evoluído em parte para permitir que o homem lidasse com uma vida social cada vez mais complexa.

"Mais investigações estão a ser feitas para tentar estabelecer de que forma a amígdala e outras regiões do cérebro estão envolvidas no comportamento social de humanos", sublinhou, acrescentando que os cientistas também estão a tentar entender como anormalidades nessas regiões do cérebro podem prejudicar o comportamento social em distúrbios neurológicos e psiquiátricos.

Artigo retirado de Ciências Hoje / 2010-12-29

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