domingo, 11 de outubro de 2009

Do jeito que está no dá para continuar!!!

A criatividade pode mudar a educação no Brasil?
A Internet tem se refletido na escola aumentando a distância entre professor e aluno. A forma de pensar, sentir, agir, aprender, comunicar, registrar, relacionar, tudo difere muito.
A agilidade mental do “aluno geração Internet” diante de um computador é impressionante: liga o MSN, abre o Orkut e o Facebook, faz o download de músicas em mp3, fala ao telefone convencional, passa mensagens pelo celular, olha um programa na TV, tira dúvidas perguntando ao “professor” Google, manda e recebe e-mails, comunica-se com novos amigos ao redor do planeta, ouve músicas e, com o livro didático aberto, ainda estuda para as provas. Tudo isso ao mesmo tempo!
O professor reclama de aluno indisciplinado e desmotivado. O aluno considera as aulas monótonas e sem graça. Ele não consegue ficar 50 minutos apenas ouvindo o professor falar.
A Internet (com todos os prós e contras) nos pegou de surpresa e nos colocou numa posição de mudança urgente. Temos de mudar porque não podemos acabar com a Internet. Ela veio para ficar.

Tudo mudou e nós, professores, temos de aprender a conviver com a internet e nos transformar em internautas?
Para responder a essa pergunta precisamos analisar uma pesquisa que circula na Internet –fonte da pesquisa: iLEARNINGGLOBAL INDEPENDENT MARKETER, de 2005. Ela nos mostra a importância e a urgência da mudança da Educação para promover o desenvolvimento da geração Internet.

Algumas observações sobre a pesquisa:

* Nos próximos 8 segundos, 34 bebês vão nascer. Como será o mundo para eles?
* Em 1900, a Inglaterra era o país mais rico, com o maior exército, o maior centro financeiro e de negócios, tinha a educação mais forte, a melhor qualidade de vida...
* E em 2006, os Estados Unidos formaram no ensino médio 1.3 milhões; na Índia, 3.1 milhões e na China, 3.3 milhões (100% falam Inglês). É previsto que a China será, em 10 anos, o primeiro na Língua Inglesa – há 60 ou 40, até mesmo, ou 20 anos ninguém poderia prever isso.
* Há 10 anos, não havia tantas especializações como existem hoje. Agricultura orgânica, Negócios pela Internet, Tecnologia.
* As pessoas de 21 anos hoje já assistiram 20 mil horas de televisão; jogaram 10 mil horas de videogame; falaram ao telefone 10 mil horas e mandaram e receberam 250 mil e-mails ou mensagens no celular.
* Mais de 70% das crianças de 4 anos, nos Estados Unidos já usaram um computador.
* O rádio demorou 38 anos para conquistar uma audiência de 50 milhões; a TV, 13 anos e o computador, 4.
* Em 1984, havia mil aparelhos de computador; em 1992 (8 anos depois) havia um milhão; em 2006 (14 anos depois) havia 600 milhões.
* A primeira mensagem comercial do celular foi enviada em 1992 e hoje o número dessas mensagens enviadas e recebidas é mais que a população do planeta.
* A Internet se tornou popular em 1995. Um em 8 casais nos Estados Unidos se conheceu on-line.
* Em 2006, seis bilhões de dólares circularam no e-bay, que foi fundado em 1996.
* Aproximadamente 2.7 bilhões de buscas foram feitas no Google, em apenas um mês.
* Entre 2003 e 2005, dez milhões de assinantes novos visitaram o myspace; atualmente, ele tem 230 mil assinantes novos por dia.
* YouTube iniciou em 2005 e cresceu rapidamente com mais de 100 milhões de visitantes.
* Quase 2 bilhões de crianças de terceiro mundo, 1 em 3, não completaram a 5ª série e nunca seguraram um livro. Contudo, existe o projeto OLPC (One Laptop Per Child Project), que começou em 2007 a entregar um laptop para cada criança.
Diante dessa explosão chamada Internet, será que nós, professores, podemos continuar com a educação tradicional que tem quase nada a ver com a realidade do aluno?

Perguntas importantes que todos os brasileiros deveriam fazer:

* Ao aluno, o que ele está aprendendo na escola?
* Ao professor, o que ele está ensinando para o aluno entender o século XXI?
* Ao diretor da escola, quais as condições que ele está oferecendo aos seus professores para prepararem os estudantes para o século XXI?
* Às autoridades educacionais, qual é a sua visão de educação para o presente e futuro dos estudantes? Quais as mudanças na legislação que são necessárias?
* O que os estudantes precisam aprender para viver no século XXI? Talvez a educação criativa possa ajudar mudando totalmente a metodologia nas escolas, de tradicional para criativa.

Profissăo Mestre – Ano 7 Nº 137 – 02/10/2009
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domingo, 2 de agosto de 2009

PARA LER E REFLETIR...
SER PROFESSOR

É buscar dentro de cada um de nós
Forças para prosseguir,
Mesmo com toda pressão,
Toda tensão, falta de tempo...
Esse é nosso exercício diário!
Ser professor e se alimentar do conhecimento
E fazer de si mesmo janela aberta para o outro.
Ser professor é formar gerações, proporcionar o
Questionamento e abrir as portas do saber.
Ser professor é lutar pela transformação...
É formar e transformar,
Através das letras, das artes, dos números...
Ser professor é conhecer os limites do outro.
E, ainda assim, acreditar que ele seja capaz...
Ser professor é também reconhecer que
Todos os dias são feitos para aprender...
Sempre um pouco mais...
Ser professor
É saber que o sonho é possível...
É sonhar com a sociedade melhor...
Inclusiva...
Onde todos possam ter acesso ao saber...
Acima de tudo, seres humanos, e que temos a licença para rir, chorar,
Esbravejar.
Ser professor é também reconhecer que somos,
Porque assim também ajudamos a pensar e construir o mundo.

Fonte: Jornal Acontecendo, número 22, setembro de 2001.

domingo, 12 de julho de 2009

Mensagem ao professor

Aos professores, com carinho!!!

Içami Tiba- Felicidade

Esse vídeo é para todos nós, professores, pais, educadores...

Desiderata com Cid Moreira

sábado, 27 de junho de 2009

Professores precisam educar para a construção de limites...

Pensemos nas cenas tristes e estarrecedoras da novela Caminho das Índias, onde o personagem Zeca apronta todas com o respaldo da família...

Gostaria de dizer: "Ah, mas isso é só na novela que acontece"
Que pena! Não é... Nossas escolas reais também passam por isso atualmente.

Saímos de um período de educação retrógrada, autoritária, onde o professor podia fazer aquilo que desejasse com seus alunos para impor sua disciplina (palmatória, castigos físicos e morais) e saltamos para uma oposição radical onde nada mais é permitido. Tudo que fazemos ou dizemos pode ser interpretado como violência traumática ao nosso aluno. E mais, pode ir parar na mídia como algo extremamente distorcido do real. Sem falar nos vídeos postados no You Tube, pelos próprios alunos, que ficam só esperando uma cena mais ambígua, que possa levar a uma interpretação desse gênero, para se deleitarem...

E o que é pior: com o apoio da família...

Estamos criando MONSTROS... Pessoas mal-intencionadas e calculistas...

Então? E agora professor?


Educar sem limites disciplinares é possível?


Claro que não!!! Personalidades como Içami Tiba e outros deixam muito claro que a ausência de limites produz esse tipo de jovem que vemos na novela: sem escrúpulos.

Como é difícil educar nos dias de hoje... Como é complicado relacionar-se
positivamente com alguns alunos... Como falta o apoio de alguns pais...


É... estamos vivendo o momento educacional do "COMO"... A nossa realidade traz famílias diferentes daquelas dos livros, onde tudo é perfeito. Pais, mães e filhos vivendo em perfeita harmonia.

Atualmente, nos deparamos com famílias completamente desestruturadas, que ainda vêem na escola um adversário a mais. Parece que nós, professores, não estamos visando o mesmo objetivo que eles: a educação de seus filhos.


O professor não pode manifestar sua autoridade, pois é tachado de agressivo, autoritário, inadequado...

Portanto, professor:

Parece que está na hora da escola retomar o seu papel frente a sociedade. somos instituição de ensino. Temos o dever de educar!

Portanto, profesores, não se milindrem. Apropriem-se novamente daquela função que é sua: educar para um mundo melhor

Nossos jovens e nossas crianças precisam de limites. As famílias atuais precisam de limites... Somos formadores de opinião, retomemos um espaço que é nosso: mestres apesar das condições em que estejamos inseridos!

Ensinando através das HQs...

E aí? Já passou na banca de jornal para pegar uma revistinha? Que tal usar sua vontade de ler quadrinhos para aprender história? Ou filosofia? O que isso tem a ver com quadrinhos? Ora, tudo! Quadrinhos e educação andam juntos. Pelo menos é isso que grandes editoras e quadrinistas vêm provando aos leitores.


Não é só para os alunos que os assuntos dos livros didáticos parecem distantes e formais. Imagina... A Primeira Guerra Mundial aconteceu há mais de 50 anos em países distantes do seu com pessoas cuja fama você só conhece pelos livros que ficam na sua estante. Como seria se você pudesse visualizar as pessoas, as roupas, as ruas, as casas, as batalhas, as conversas, tudo que aconteceu, vivenciando cada segundo através de imagens coloridas e ricas em detalhes? Certamente, o processo de decorar datas, nomes e lugares, seria facilitado. Por quê? Porque seria divertido.


“Numa HQ, o aluno descobre que aqueles povos e nomes estranhos, distantes no tempo e no espaço, eram gente de carne e osso como nós, com emoções, ódios, paixões, tristezas e felicidades”, explica o roteirista André Diniz. Ele é o coordenador de coleções como História Mundial em Quadrinhos e Filosofia em Quadrinhos, publicadas pela editora Escala Educacional. Cada revistinha tem cerca de 40 a 50 páginas e custa entre R$ 19 e R$ 23. Os títulos, que podem ser obtidos em qualquer livraria, retomam temas de livros didáticos como “A revolução francesa” e “A revolução russa” ou títulos famosos de filosofia como “O Príncipe”, de Maquiavel, e “O elogio da loucura”, de Erasmo de Roterdã, ambas narrativas distantes do dia-a-dia da sala de aula.


“Passar cultura e conhecimento através dos quadrinhos é uma paixão minha... É difícil imaginar o aluno lendo espontaneamente um livro didático, sem cobrança. Agora, já um livro que conte fatos históricos em tom de aventura, com desenhos e personagens envolventes? Muitos alunos tomariam a iniciativa de ler mesmo que não caísse nas provas”, garante André. A idéia é que com os quadrinhos, dentro ou fora da sala de aula, você possa estar mais perto de histórias e acontecimentos marcantes, sem nunca deixar de se divertir. Nada melhor do que conhecer mais sobre a fundação de Israel, por exemplo, aquele país que aparece tanto nos jornais e na TV, lendo quadrinhos. Só não se espante se acabar querendo ler mais depois de começar.

Agora, depois de aprender que você pode saber tudo sobre história, filosofia e tantos outros temas de aula lendo quadrinhos, que tal conversar com seu professor sobre isso? Peça a ele que traga para a sala de aula alguns exemplares de quadrinhos educativos bem divertidos. Vai ser fácil parar para ler, por exemplo, sobre a Inconfidência Mineira e a Guerra de Canudos, e muito mais divertido de aprender.

Tecnologia aplicada à educação

Estudantes produzem jogos educativos



Os alunos do Ensino Médio do colégio estadual Embaixador José Bonifácio, de Petrópolis, município serrano do estado do Rio de Janeiro, resolveram tornar o aprendizado ainda mais atraente para colegas de várias idades criando jogos virtuais, objetos de aprendizagem e animações para serem utilizados como ferramenta de ensino. Junto com o projeto e a necessidade de se organizarem melhor surgiu a ideia de simularem uma pequena empresa, a Fractal Multimídia, que tem a missão de produzir entretenimento aliado à educação.
O orientador tecnológico do grupo, Guilherme Erwin Hartung, que também é professor de matemática e física, conta que, inicialmente, pensou em produzir ele mesmo os jogos e disponibilizá-los para os alunos. Foi quando percebeu que os softwares que estava usando - o Scratch do MIT e o Popfly Game Creator, da MS - eram extremamente intuitivos e fáceis de usar. Decidiu, então, dar “um passo a mais” e ensiná-los a trabalhar com os programas.
Com a certeza de que os adolescentes gostam de tecnologia e são fascinados por jogos eletrônicos, ele resolveu canalizar um pouco dessa energia e concentração que o jovem dedica aos chamados games para esse projeto.
- Conclui que meus alunos poderiam criar seus próprios jogos educativos e, já que eles cursam o Ensino Médio. Também vi a oportunidade de apresentá-los às novas profissões digitais relacionadas com o mercado desse produto no Brasil.
A estrutura da Fractal se baseia em uma empresa de verdade: no organograma, departamentos de arte, programação, marketing e publicidade, o que permite mais organização no trabalho. Antes da criação dos jogos, os alunos assistiram vídeos com reportagens sobre esse mercado no país, discutiram os temas para o conteúdo dos produtos e organizaram oficinas para aprenderem como usar os softwares.
Atualmente, a empresa tem uma agenda cheia de tarefas - inclusive encomendas de professores da escola – e disponibiliza no seu blog um portfólio com todas as produções do grupo. Além disso, os estudantes estão participando de comunidades virtuais, do Brasil e do exterior, com o objetivo de trocar informações sobre o projeto com estudantes e professores de outros países.
O professor Guilherme explica, ainda, que a origem do nome da empresa se deve ao fato de, numa analogia, as características de um fractal irem ao encontro dos objetivos do grupo.
- Fractal é um objeto geométrico que pode ser dividido em partes - cada uma das quais semelhante ao objeto original - e também ser gerado por um padrão repetido, ensina. – E as nossas duas ideias principais são a divisão do trabalho colaborativo setorizado e o desejo de que o projeto se repita em várias escolas - conclui.
Quem quiser aprender e se divertir deve acessar o endereço www.fractalmultimidia.blogspot.com. Os jogos abordam disciplinas como física, biologia, matemática, meio ambiente e educação musical. São diversos e rápidos desafios que vão desde descobrir os cinco erros em um colorido cenário até o de calcular a força necessária para levantar um elevador hidráulico.
Tecnologia
Postado por EDUTEC TV





Uma das definições para a palavra Tecnologia, segundo o dicionário "Houaiss", é "técnica ou conjunto de técnicas de um domínio particular".
O senso comum tende a achar que tecnologia está associada à aparelhos eletrônicos de difícil manuseio e entendimento.
Como Antônio Houaiss define, tecnologia é "um conjunto de técnicas" e estas estão relacionadas às necessidades das pessoas. Por exemplo, todos temos a necessidade de nos comunicar, não é? Então, para que essa necessidade fosse suprida da melhor forma possível criou-se uma tecnologia fantástica que foi o alfabeto.
Este invento ocorreu por volta de 700 a.c. na Grécia possibilitando a transição de uma cultura oral para uma cultura escrita.
Com o advento da televisão, a comunicação começou a se processar de forma audiovisual.
A internet surgiu também para revolucionar a comunicação. A sociedade passa a se comunicar também em rede sociais. Imaginem uma rede, onde cada ponto da rede somos nós? Ou então um caule com múltiplas raízes? Acho que essa é a melhor forma de ilustrar a evolução da comunicação.
Assim como a tecnologia pode ser desenvolvida para o nosso bem, ela pode ser utilizada para nos prejudicar também.

O nosso objetivo é tentar mostrar as possibilidades que a internet tem para o desenvolvimento de uma sociedade mais democrática e reflexiva. Portanto, é preciso entender esse novo meio de comunicação, no ciberespaço.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Colegas! Aqui está uma proposta de trabalho interdisciplinar que estou fazendo com meus alunos de 5º ano! Os dois primeiros já fiz e foi um arraso!!! Depois posto algumas fotos! Espero que seja útil a vocês também! Bjos!
Planejamento de Informática


Projeto Leitura de mapas


1ª aula - exploração livre do Google Earth (uso de marcadores, viagens ao espaço, localização da escola, da casa, de pontos estudados: Matchupitchu, Índia, Egito, Portugal, Espanha, estreito de Bering, Roma antiga em 3D...)


2ª aula – Localização do Brasil no Google Maps; análise da posição geográfica de cada estado; regiões; limites; www.cambito.com.br/games/brasil.htm / Montando os estados brasileiros- Quebra-cabeças.


3ª e 4ª aulas – Construir, em forma de planta-baixa, o mapa da sua sala de aula, no Paint.



Projeto Monteiro Lobato


1ª aula – site do sítio- jogos educativos: chamar atenção para os personagens, ações, cenário...


2ª aula – Internet: Biografia de Lobato (ler e destacar principais informações); Salvar numa pasta.


3ª aula – Paint: escolher um dos personagens de Lobato e coloca-lo num cenário atual.


4ª aula – BR-office: digitar o texto sobre a criação feita no Paint, já construído anteriormente em sala de aula.


Projeto África

1ª aula – localizar o continente no http://www.ibge.gov.br/paisesat/, explorando aspectos como relevo, vegetação, fotos dos países africanos, curiosidades.


2ª aula – Escolher uma personalidade negra do Brasil e pesquisar sobre ela
.

3ª aula – No Paint, construir um painel sobre a pessoa pesquisada, utilizando colagem de fotos ilustrativas.


4ª aula – criar slogans sobre a importância do Negro no Brasil para expor na escola- Br-office.





Projeto Sistema monetário brasileiro


1ª aula – Pesquisar sobre a origem do dinheiro no mundo; transformações da nossa moeda; salvar informações.


2ª aula – O real- quem criou, como, por que...; salário mínimo no Brasil- cesta básica, consumo: Pesquisar.


3ª aula – A partir dos materiais de propaganda impressos, analisados durante a semana, crie uma lista de produtos para a compra do mês de uma família assalariada brasileira, de 3 pessoas (pai,mãe e filho adolescente onde os pais ganham um salário mínimo cada e pagam aluguel de R$400,00).


4ª aula – Analise a lista da aula anterior e comente: (Use o Br-office e responda em forma de texto).


a) A sua realidade se relaciona a essa?

b) Você considera possível uma realidade como essa?

c) O que essa família deve fazer para driblar essa situação?

d) Como você pode ser mais consciente na hora de consumir?
Para pensar...



"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo a que elas se propõe."

Jean Piaget
Dia das Mães...




Uma criança pronta para nascer perguntou a Deus:
- "Dizem-me que estarei sendo enviado à Terra amanhã... Como eu vou viver lá, sendo assim pequeno e indefeso?"
E Deus disse:
- "Entre muitos anjos, eu escolhi um especial para você. Estará lhe esperando e tomará conta de você."
Criança:
- "Mas diga-me: aqui no Céu eu não faço nada a não ser cantar e sorrir, o que é suficiente para que eu seja feliz. Serei feliz lá?"
Deus:
- "Seu anjo cantará e sorrirá para você... A cada dia, a cada instante, você sentirá o amor do seu anjo e será feliz."
Criança:
- "Como poderei entender quando falarem comigo, se eu não conheço a língua que as pessoas falam?"
Deus:
- "Com muita paciência e carinho, seu anjo lhe ensinará a falar."
Criança:
- "E o que farei quando eu quiser Te falar?"
Deus:
- "Seu anjo juntará suas mãos e lhe ensinará a rezar."
Criança:
- "Eu ouvi que na Terra há homens maus. Quem me protegerá?"
Deus:
- "Seu anjo lhe defenderá mesmo que signifique arriscar sua própria vida."
Criança:
- "Mas eu serei sempre triste porque eu não Te verei mais."
Deus:
- "Seu anjo sempre lhe falará sobre Mim, lhe ensinará a maneira de vir a Mim, e Eu estarei sempre dentro de você."
Nesse momento havia muita paz no Céu, mas as vozes da Terra já podiam ser ouvidas. A criança, apressada, pediu suavemente:
- "Oh Deus, se eu estiver a ponto de ir agora, diga-me por favor, o nome do meu anjo."
E Deus respondeu :

- "Você chamará seu anjo de ... MÃE!"

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Mãos dadas




Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O encontro pedagógico promovido pelo SINEPE-SC foi maravilhoso!

Clóvis Amorim e Cortella deram um show!!! Falaram, de forma muito descontraída do dia-a-dia do professor. Mais do que "receitas", nos deixaram questionamentos imprescindíveis...
Darei mais detalhes amanhã, pois agora preciso atender meu filho Henrique, que precisa desfrutar um pouco de sua MÃE!
Como aperitivo, deixo a seguinte questão, apontada por Cortella: qual é o nosso ofício? A nossa obra? O que deixaremos como marca de nossa vivência?
Pensemos nisso...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A leitura em último lugar...

A leitura em último lugar - Gabriel Perissé( Fragmento)
Precisamos pensar, usar mais o ponto de interrogação!
O jovem brasileiro simplesmente lê mal ou será que mal viu seus pais lendo e por isso nunca experimentou o bem que isso faz à nossa visão de mundo?
E se os pais não leram, e portanto não deram o exemplo mais poderoso (o exemplo familiar), não o fizeram por quê? Por falta de livros nas estantes ou por falta de uma consciência da importância insubstituível da leitura?
O jovem brasileiro não lê? Mas não lê o quê? Não lê Machado de Assis e Alcântara Machado? Alguém vai querer nos convencer de que os dois Machados são autores para jovens? E o fenômeno Harry Potter? Será tão difícil perceber que os jovens (e as crianças... e os adultos) gostam de ler boas histórias, e aí não há livro de 500 páginas que assuste?
O ponto realmente problemático não é que a escola brasileira seja incapaz de ensinar a ler. Nem a escola nem os professores são os grandes culpados, embora não devamos diluir sua responsabilidade.
Precisamos criar um ambiente favorável à leitura, com a valorização de quem lê. Os bons leitores precisam de mais espaço e reconhecimento na TV, nos jornais, no próprio sistema de ensino. Precisam sair do último lugar!
Se o Brasil ficou em último lugar nesse "Campeonato da Leitura" é porque a leitura no Brasil está em último lugar.
Precisamos virar o jogo.
Precisamos convocar e ouvir nossos grandes leitores.

Esquecer- Rubem Alves

Era uma menina de nove anos. Caminhava segura à minha frente. O diretor da Escola da Ponte lhe pedira que mostrasse e explicasse a escola. Fiquei ofendido. Esperava que ele, diretor, me respeitasse como visitante estrangeiro e me mostrasse e explicasse a sua escola. ´Chegando à porta da escola ela parou, deu meia volta, olhou-me nos olhos e me disse: "Para o senhor entender a nossa escola o senhor terá de se esquecer de tudo o que o senhor sabe sobre escolas...". Decididamente ela se dirigia a mim de uma forma petulante. Então eu, um educador velho que tenho a estar a pensar sobre as escolas desde menino, com a cabeça cheia de livros, teorias e experiências, deveria esquecer-me do que sabia? A menina estava certa. Meu espanto era sinal de que ela acabara de me aplicar um "koan" - um artifício pedagógico dos mestres Zen. Para aprender coisas novas é preciso esquecer as velhas. O que sabemos torna-se hábito de ver e de pensar que nos faz ver o novo através dos óculos do velho - e o transforma no que sempre vimos, e tudo continua do jeito como sempre foi. Roland Barthes, ao final de sua famosa Aula, disse que naquele momento de sua vida se dedicava a desaprender o que havia aprendido para aprender o que não havia aprendido. Não havia aprendido porque a memória do sabido havia bloqueado a aprendizagem. "Empreendo, pois, o deixar-me levar pela força de toda a vida viva: o esquecimento. Vem agora a idade de desaprender, de deixar trabalhar o remanejamento imprevisível que o esquecimento impõe à sedimentação dos saberes, das culturas, das crenças que atravessamos..." Para entendê-lo, é preciso que você ponha seus saberes entre parêntesis, que veja o mundo pela primeira vez, como sugeriu Alberto Caeiro. Se não fizer isso, a leitura será inútil. Você continuará a ver o mundo velho que já conhecia. Para um pássaro engaiolado o mundo tem barras... A psicanálise é uma pedagogia do esquecimento. Freud percebeu que as pessoas, por causa da memória, ficam prisioneiras do passado. Os neuróticos repetem o passado. Sua memória é a sua teoria do futuro. O presente e o futuro são como minha memória diz. Por isso são incapazes de ver o novo. "Uma cobra que não pode livrar-se de sua casca perece. O mesmo acontece com aqueles espíritos que são impedidos de mudar suas opiniões; cessam de ser espírito." (Nietzsche)Os mestres Zen eram mestres de um tipo estranho: não tinham saber algum para ensinar aos seus discípulos. Sua atividade pedagógica se resumia em passar rasteiras nos saberes que seus discípulos traziam consigo. ( Se há "construtivismo", os mestres Zen eram "desconstrutivistas"... ). Eles perceberam que os saberes que pensamos são semelhantes à "catarata": uma nuvem que obscurece os olhos. Para operar a catarata dos seus discípulos, se valiam dos "koans". Um "koan" é uma afirmação que "desconstrói" o nosso saber como um terremoto derruba uma casa. Quando a nuvem de pretenso saber é retirada, o discípulo vê o que nunca havia visto. Experimenta o "satori", a iluminação. Quando a menina me disse que eu tinha de me esquecer do que sabia sobre escolas ela me aplicou um "koan". E passei a ver as escolas como nunca havia visto. Esse é o evento que marca o nascimento de um educador: olhos novos para ver o que nunca se viu

Trabalhando os processos de leitura em sala de aula

De acordo com os PCN de Ensino Fundamental, os textos literários considerados para o trabalho com a leitura são:


O conto, a novela, o romance, a crônica, o poema e o texto dramático.


As aulas de leitura teriam como objetivos específicos o desenvolvimento de habilidades de inferência, análise e síntese, percepção de informações implícitas e da relação entre os textos e os seus mecanismos de construção e organização.


Os conteúdos a serem trabalhados seriam a ambiguidade, a ironia, as figuras de linguagem, a intertextualidade, os pressupostos e subentendidos, o contexto linguístico e extralinguístico etc.


Para Kleiman (2004b), identificar o contexto linguístico do texto é importante para que seja ensinada e aprendida a habilidade de inferência lexical, que facilitaria a leitura do aluno quando se deparasse com um léxico desconhecido, principalmente em um texto literário. A fim de evitar a dependência do uso do dicionário e o estacionamento na leitura por não se reconhecer de imediato uma ou mais palavras, o ensino de estratégias de inferência lexical e o reconhecimento de pistas lingüísticas através de palavras-chave, torna o leitor mais ágil na leitura.


Segundo Antunes (2003), as pistas que o texto oferece ao leitor, não são tudo o que ele precisa para entender um texto. A interpretação de um texto depende em grande parte de outros conhecimentos além do conhecimento da língua. O conhecimento de mundo do leitor somado às pistas e informações que o texto traz, formam uma rede de reconstruções do sentido e das intenções pretendidas pelo autor.


Portanto, antes de se pensar em um programa de incentivo à leitura nas escolas não se pode deixar de diagnosticar a realidade sociocultural dos alunos e da comunidade em volta da escola. Quais são seus gostos? Seus anseios e sonhos? Reconhecem a importância da leitura e da literatura? Quais são suas experiências de leitura?


Segundo Silva (2003b: 103), O ensino de leitura sempre pressupõe três fatores: as finalidades, os conteúdos (textos) e as pessoas envolvidas no processo, ou seja, as características dos alunos e da turma a ser trabalhada. Sem a presença desses três fatores, o trabalho com a leitura / literatura corre o risco de se tornar vazio ou um “receituário” em que se repetem esquemas já prontos.

Para se conseguir que o aluno se torne um leitor crítico, o ensino deve colocar o texto como uma possibilidade de reflexão e recriação, associando a atividade de leitura à produção de outros textos pelos alunos e facilitando a expressão de suas visões sobre o texto.


Porém, sabe-se que o professor encontra-se diante de uma realidade educacional que não permite em termos de estrutura, um trabalho diversificado em suas aulas. Para criar e inovar o professor precisa investir em sua formação continuada e em uma constante atualização.
Além das causas pedagógicas, que dificultam o desenvolvimento das habilidades de leitura / interpretação de textos, existem também as causas políticas e sociais, que condicionam a desigualdade de condições de acesso à leitura e ao livro no Brasil.


A maioria dos alunos de escolas públicas não têm condições de adquirir livros variados. A única opção de leitura destes alunos são os textos jornalísticos, que são mais baratos para aquisição e possuem uma linguagem mais próxima à sua realidade cotidiana. E os momentos na sala de aula talvez sejam os únicos momentos de leitura a que estes alunos estejam expostos.


Diante deste quadro, percebe-se uma distância entre teoria / prática, ensino / pesquisa que evidencia as contradições da realidade brasileira. O consumo da leitura repete as desigualdades no consumo dos bens materiais.

Em contrapartida, os alunos em resposta a um questionário de pesquisa realizado em uma escola pública noturna, demonstraram valorizar aulas dinâmicas, com músicas, poesias e filmes. Se os professores conversarem mais com seus alunos; promoverem debates sobre a leitura, sua importância e o prazer de ler; se procurarem investigar seus interesses e dificuldades, com certeza receberão muitas ideias e respostas positivas por parte deles.



Mesmo com falta de recursos da escola brasileira nos dias atuais, o professor deve e pode fazer alguma coisa dentro da sua realidade de sala de aula para amenizar as dificuldades de leitura dos alunos e sua resistência aos textos literários.


O texto literário deve ser discutido e analisado por professores e alunos, numa relação de diálogo, trocas e respeito à fala e à voz do aluno, bem como às suas leituras anteriores.

A Literatura, como toda arte, é a expressão do próprio homem. Como expressão humana, conduz ao autoconhecimento e por sua natureza ficcional, à imaginação. Num mundo tão conturbado como o nosso, a literatura é o espaço da criação, da liberdade de pensar, retirando a criatura da escravidão de pensamentos, da passividade própria de uma sociedade dominadora. Ela desenvolve a criatividade humana, leva a refletir sobre o indivíduo e a sociedade.

Por isso, a despeito de todo desprezo que possa sofrer nas mãos de determinadas políticas educacionais, a Literatura deve ser trabalhada de forma livre e criativa, aproveitando seu permanente diálogo com outras artes como a música e o teatro, para favorecer uma crescente aproximação do texto literário com o aluno.





BIBLIOGRAFIA


ANTUNES, Irandé. Aula de Português: Encontro e Interação. São Paulo: Parábola, 2003.


GERALDI, Wanderley João (org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2004.


KLEIMAN, Ângela B. Leitura: Ensino e pesquisa. São Paulo: Pontes, 2004ª.


––––––. Oficina de leitura: Teoria e Prática. São Paulo: Pontes, 2004b.


MAGNANI, Maria do Rosário M. Leitura, Literatura e Escola: sobre a formação do gosto. São Paulo: Martins Fontes, 2001.


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio: Área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Brasília: Secretaria de Educação Média e Tecnológica / MEC, 1999.


––––––. Parâmetros Curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Língua Portuguesa. Brasília: MEC / SEF, 1998.


SILVA, Ezequiel T. da. Elementos de uma Pedagogia da Leitura. São Paulo: Martins Fontes, 2003a


––––––. Leitura na Escola e na Biblioteca. São Paulo: Papirus, 2003b.


ZILBERMAN & SILVA. Literatura e Pedagogia. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1990.

Dez coisas que levamos anos para aprender... e muitos não aprendem.....

Dez coisas que levamos anos para aprender... e muitos não aprendem.....

1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom ou empregado, não pode ser uma boa pessoa. (Esta é muito importante. Preste atenção, nunca falha)

2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas. (Tá cheio de gente querendo te converter!)

3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance. (Na maioria das vezes quem tá te olhando também não sabe! Tá valendo!)

4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca. (Deus deu 24 horas em cada dia para cada um cuidar da sua vida e tem gente que insiste em fazer hora-extra!)

5. Não confunda sua carreira com sua vida. (Aprenda a fazer escolhas!) Essa é DEZ!

6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite. (Quem escreveu deve ter conhecimento de causa!)

7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria 'reuniões'. (Onde ninguém se entende... Com exceção das reuniões que acontecem nos botecos...) Essa é MIL!!!

8. Há uma linha muito tênue entre 'hobby' e 'doença mental'. (Ouvir música é hobby... No volume máximo às sete da manhã pode ser doença mental!)

9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito. (Que bom!!!!!)

10. Lembre-se: nem sempre os profissionais são os melhores. Um amador construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic. (É Verdade mesmo!!!)

Origem do Carnaval

Ao contrário do que se imagina, a origem do carnaval brasileiro é totalmente européia. A comemoração carnavalesca data do início da colonização, sendo uma herança do entrudo português e das mascaradas italianas. Somente muitos anos mais tarde, no início do século XX, foram acrescentados os elementos africanos, que contribuíram de forma definitiva para o seu desenvolvimento e originalidade.
Foi, portanto, graças a Portugal que o entrudo desembarcou na cidade do Rio de Janeiro, em 1641. O termo, derivado do latim "introitus", significava "entrada", "começo", nome com o qual a Igreja denominava o começo das solenidades da Quaresma.
No entanto, as festividades do entrudo já existiam bem antes do Cristianismo, eram comemoradas na mesma época do ano e serviam para celebrar o início da primavera.
Tanto em Portugal, como no Brasil, o Carnaval não se assemelhava de forma alguma aos festejos da Itália; era uma brincadeira de rua muitas vezes violenta, onde se cometia todo tipo de abusos e atrocidades. Era comum os escravos molharem-se uns aos outros, usando ovos, farinha de trigo, polvilho, cal, goma , laranja podre, restos de comida, enquanto as famílias brancas divertiam-se em suas casas derramando baldes de água suja em passantes desavisados,
Foi esse Carnaval mais ou menos selvagem que desembarcou no Brasil com as primeiras caravelas portuguesas e os primeiros foliões.
Com o passar do tempo e devido a insistentes protestos, o entrudo civilizou-se, adquiriu maior graça e leveza, substituindo as substâncias nitidamente grosseiras por outras menos comprometedoras, como os limões de cheiro (pequenas esferas de cera cheias de água perfumada) ou como os frascos de borracha ou bisnagas cheias de vinho, vinagre ou groselha.
Em se tratando de música, o entrudo não possuía um ritmo ou melodia que o simbolizasse. Apenas a partir da primeira metade do século XIX, com a chegada dos bailes de máscaras europeus, foi que houve um desenvolvimento musical mais parecido com o que temos atualmente.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Curso de atualização!!!

Na próxima segunda-feira, estaremos num encontro, organizado pelo SINEPE-SC, lá no Centrosul. Estaremos discutindo sobre o tema Avaliação, algo deve ser mesmo repensado pelos nossos professores. Será muito interessante pois receberemos nomes como Cloves Amorim, Lucília Panisset Travassos, José Manuel Moran e Mário Sérgio Cortella.
Prometo que posto no blog maiores detalhes depois!!!

Pinóquio as avessas...

Este texto de Rubem Alves trata de um problema crucial entre nós professores: ENSINAR O QUE O PROGRAMA MANDA, sem sequer termos consciência muitas vezes do quão relevante para esse aluno, para essa sociedade atual é tal conteúdo...
Quantos meninos, com sabedoria e criatividade, chegam nas escolas e são transformados em "bonecos de madeira"...Todos igualmente formatados para um fim em si mesmo: o Vestibular!!!
O pior de tudo é que muitas vezes, fingimos que ensinamos e nosso BOM aluno finge que aprende... Sim, bom aluno, porque os poucos que sobrevivem a maioria das escolas por aí são, pelo sistema, chamados de bons. Os demsis não se enquadram ao "método de ensino" ou, detectados por nós mesmos a fim de diminuir nossa responsabilidade, como portadores de "Défcit de atenção" ou malandros mesmo, acabam por serem excluídos do ambiente educacional.
O que mais me entristece, é saber que atualmente existem muitos meios de melhorar o serviço que nós, professores, prestamos. Porém, sempre criamos um entrave: salário baixo, não vou sacrificar mais horários para estudo, isso é besteira...E assim vamos fugindo do que nos é inteiramente DEVER: Fazer bem aquilo que nos propomos!
Por isso, queridos colegas que ainda querem fazer a diferença (como minha querida amiga e companheira Fabíola), não desistam de seu trabalho...Valorizem o seu fazer pedagógico, pois hoje pode ser que não percebas o quanto melhoraste a vida desse aluno, mas certamente, num futuro muito próximo, estará nítido o resultado do teu esforço!!!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Produção de texto

Um texto é a unidade comunicativa por excelência, seja ele escrito ou falado. É pelos textos que se dá a comunicação entre as pessoas. Além de comunicar são também uma forma de interagir com os outros, ou seja, promove a socialização. Portanto, o texto é uma unidade lingüística interativa por excelência, pois é por meio de textos que interagimos social e culturalmente.
A produção escrita é uma decisão do aluno, contudo, ele deve ser motivado a produzir, determinando um objetivo, num determinado contexto. A escrita na escola ou fora dela, deve servir a um objetivo, ter uma função e dirigir-se a algum leitor.
Uma palavra qualquer, um nome próprio podem ser um texto, se forem usados numa determinada situação para produzir um sentido. Assim, as crianças que iniciam sua escolarização podem produzir textos escritos desde os primeiros dias de aula. Tudo depende de os exercícios de escrita estarem vinculados a situações de uso em que eles façam sentido, tenham razão de ser e obedeçam a determinadas regras.
Quando os alunos se envolvem na produção, individual ou coletiva, tendo em mente qual é o objetivo da escrita, quem vai ler o texto, em que situação será lido, com certeza terão mais cuidado ao escrever, dedicarão atenção especial à grafia das palavras.
Outro ponto importante é o planejamento antes de escrever, considerando o tema e seus desdobramentos, para tanto, é necessário que o texto tenha coerência, ou seja, tenha uma organização do conteúdo de modo que pareça “lógico” para o leitor, bem encadeado e sem contradições.
É possível começar a aprender a planejar o texto que se vai escrever, cuidando da escolha do tema e da seleção e encadeamento das idéias em que ele vai se desdobrar antes mesmo de saber escrever ou ter domínio da ortografia. Essa capacidade pode ser desenvolvida na produção coletiva de diversos gêneros, com textos curtos ou longos.

.OBS: Explore a oralidade dos alunos como base de uma produção de escrita.

CARNAVAL!!!

Uma escola do barulho

Era uma vez uma escola muito engraçada.
Uma escola de samba, com um palhaço e uma baiana pintados na entrada.
Tinha lição de casa, prova e chamada oral. E a matéria... claro, era só carnaval.
Nas aulas de artes nem precisava de papel. A pintura se fazia no rosto mesmo!
Na aula de história, todo mundo aprendia sobre a Guerra do Confete, sobre a eleição do Rei Momo, sobre a invenção da cuíca... o descobrimento do Morro da Mangueira...
Na aula de matemática:
- Quantos são no trio elétrico?
- Três, professora!
- Muito bem!
Na aula de português:
- Qual é o feminino de Mestre-Sala?
- Fácil... é Porta-Bandeira!
Na aula de música:
- Oô! Oô! Oô!
No boletim, vinha escrito o Samba de Uma Nota só.
E quem fosse mal, aí não tinha outro jeito: levava uma semana de folia.
E tinha que ser lá na Bahia!

criado por Evelyn Heine.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Discursos vazios: preciosidades que viraram jargões na fala dos professores!

Algumas expressões popularizadas no meio educacional são usadas hoje com um sentido muito diferente do que tinham originalmente, mostrando que muitos educadores estão se apoiando em idéias frágeis

Por.: Anderson Moço, Beatriz Santomauro e Beatriz Vichessi - Revista Nova Escola - dezembro de 2008


A fala dos educadores brasileiros nunca esteve tão afiada. Conceitos importantes da Pedagogia e as práticas de sala de aula mais valorizadas hoje estão na ponta da língua e ajudam a definir o trabalho docente. Não é preciso estar entre grandes mestres para ouvir citações de Paulo Freire (1921-1997), como a importância de “focar a realidade do aluno” durante o planejamento, ou sobre o construtivismo – a necessidade de “levantar o conhecimento prévio” da turma.

No entanto, conforme a conversa avança, percebe-se que, na média, ela está calcada num discurso vazio. O resultado é a transformação de idéias consagradas – como formar cidadãos – em jargões que perderam o significado original. Esse conceito, difundido com a redemocratização do país, relacionava-se à necessidade de as pessoas terem um preparo que lhes permitisse atuar na sociedade – incluído aí saber ler e escrever e os demais conteúdos do currículo.

Hoje, o sentido de cidadania propagado em muitos projetos está relacionado apenas a ações de preservação ambiental ou de cunho social – como se socializar o conhecimento construído pela humanidade, ou seja, ensinar, já não fosse tarefa suficiente para a escola. “Os professores usam essas expressões sem refletir sobre elas e sem compreender em que se baseiam”, ressalta Raymundo de Lima, professor do Departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e estudioso do discurso docente.

Essa realidade revela, mais uma vez, a precariedade da formação dos educadores, que se ressentem por não terem um conhecimento pedagógico adequado. “Eles buscam um referencial teórico, mas, como não conseguem se aprimorar, acabam fazendo no dia-a-dia um trabalho intuitivo e equivocado”, afirma Andrea Rapoport, doutora em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A conclusão é resultado de uma pesquisa realizada por ela para identificar os referenciais citados pelos docentes. “Grande parcela dos que afirmam se basear em determinadas correntes pedagógicas ou pensadores deixa o discurso cair por terra quando precisa justificar essas escolhas”, analisa Andrea.

Muitas das expressões que estão na boca dos educadores não surgiram do nada. Ao contrário, exprimem conceitos importantíssimos. Separadas dos contextos históricos e teóricos em que foram criadas, no entanto, elas acabaram sendo banalizadas. Hoje, é difícil encontrar um professor que não afirme fazer uma avaliação formativa. Porém quantos realmente sabem como ela deve ser realizada e para que servem seus resultados?

Diante disso, a proposta desta reportagem é contribuir para colocar um fim nesse blablablá da Educação, ajudando a deixar as frases-prontas de lado e a se aprofundar no verdadeiro significado das idéias por trás delas – a princípio, tão ricas. Selecionamos dez expressões populares no Magistério atualmente e mostramos de onde elas provêm, seu sentido original e como foram distorcidas. Essa leitura é apenas um ponto de partida para o desafio, que requer muito estudo. Mas o fim do discurso vazio certamente virá acompanhado de um impacto positivo na qualidade das aulas.


“Sempre dou essa atividade de fração porque a turma aprende brincando, sem se dar conta.”

• Origem

O aprender brincando surgiu em reação a antigas práticas escolares. Até a década de 1960, eram comuns os castigos físicos e as propostas de ensino que não consideravam os conhecimentos de crianças e jovens nem se preocupavam em envolvê-los em desafios que fizessem sentido para eles.

De fato, o processo de aprendizado nem sempre é fácil, mas resulta em satisfação. A criança aprende de muitas maneiras e com base em diferentes recursos: convivendo com os colegas, se comunicando com adultos e descobrindo seus limites em situações formais e informais.


• Por que perdeu o sentido

A difusão do “aprender brincando” ocorreu em oposição ao que é apresentado como difícil. “Passou-se de um extremo a outro, isto é, de uma aprendizagem com sofrimento para a brincadeira”, explica Esther Pillar Grossi, professora e fundadora do Grupo de Estudos Sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação. A questão é isso ter se tornado a principal forma de ensinar e uma das motivações intrínsecas ao aprendizado. Desse modo, fica a impressão de que brincar é essencial para mediar as situações de ensino. “O dito em espanhol ‘la letra con sangre entra’ particulariza, para a alfabetização, a idéia de que aprender é algo muito penoso e desagradável”, explica Esther.

No livro Os Jogos e o Lúdico na Aprendizagem Escolar, o professor Lino de Macedo, da Universidade de São Paulo (USP), afirma que o lúdico deve propor desafios ao estudante e encaminhá-lo para a construção dos conhecimentos, mas não significa necessariamente algo agradável na perspectiva de quem faz a atividade. “Se fosse só assim, poderíamos, por exemplo, vir a ser reféns das crianças ou condenados a praticar coisas engraçadas, mesmo que sem sentido.”

O objetivo da escola é ensinar os conteúdos das diferentes disciplinas, e não necessariamente proporcionando divertimento o tempo todo. A aprendizagem gera conflito, exige que a criança fique instigada a buscar respostas a problemas apresentados a ela e levanta dúvidas. O que precisa trazer prazer é a satisfação de aprender, evoluir e se apropriar do conhecimento. “A máxima da escola não pode ser aprender brincando porque aprender é difícil – assim como ensinar”, conclui Tereza Perez, diretora do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac).


“Para levantar o conhecimento prévio dos estudantes, eu organizo uma roda e converso com todos sobre o assunto.”

• Origem


De acordo com Macedo, da USP, " o conhecimento prévio é relativo a cada um e, por isso, supõe uma investigação caso a caso"

A importância do conhecimento prévio – um conjunto de idéias, representações e dados que servem de sustentação para um novo saber – se desenvolveu a partir da segunda metade do século 20 com o construtivismo. Nessa concepção, não existe ponto de partida zero sobre o que se vai ensinar ou aprender. Todos (alunos e professores) sempre sabem alguma coisa, mesmo que de modo implícito, do tema a ser trabalhado. Investigar o conhecimento, dentro dessa perspectiva, representa o início da relação entre o ensino e a aprendizagem. “O estudante é compreendido como alguém que domina algumas coisas e, diante de novas informações que para ele fazem algum sentido, realiza um esforço para assimilá-las”, explica Telma Weisz, consultora da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, no livro O Diálogo Entre o Ensino e a Aprendizagem. Ao fazer uma avaliação antes de iniciar um conteúdo, o professor consegue planejar suas interferências porque tem meios de determinar por onde começar. A ação nas próximas etapas não fica só intuitiva – é direcionada para “o que” e “como” deve ensinar.

“Não se trata de um teste, mas de uma situação real de ensino. As atividades indicadas para dar início a um projeto são aquelas que ativam os saberes das crianças”, diz Regina Scarpa, coordenadora pedagógica de NOVA ESCOLA. Nesse tipo de atividade, cada aluno vai buscar os dados em seu repertório interno de maneira diferente. “O conhecimento prévio é relativo a cada um e, por isso, supõe uma investigação caso a caso”, completa Macedo, da USP.


• Por que perdeu o sentido

Ao longo dos anos, os professores reconheceram a importância de investigar o que crianças e jovens já sabem antes de começar o trabalho sobre um novo tema. No entanto, mesmo sem ter aprendido exatamente como fazer isso, muitos deles passaram a utilizar a expressão em seu dia-a-dia. Em certos casos, eles até fazem uma avaliação inicial e registram comentários, mas não utilizam esses dados para planejar as aulas ou pensar sobre as intervenções que necessitam ser feitas em classe.

É preciso ter clareza também que não é perguntando o que o aluno já sabe sobre um assunto que se faz o levantamento do conhecimento prévio, mesmo porque nem sempre é fácil para ele verbalizar as informações quando é questionado. Além disso, cada conteúdo de ensino requer uma forma de abordagem. Não adianta questionar sobre temas já dominados nem ser tão desafiador a ponto de a turma não conseguir sequer entender a proposta. Outro equívoco é considerar que tudo o que foi trabalhado foi aprendido e, por isso, é possível seguir adiante. Conhecimento prévio não pode ser confundido com pré-requisito, exigência de aprendizagem que todos devem possuir como base para a experiência seguinte.


“Um de nossos objetivos para este ano é formar cidadãos. Por isso, propus um projeto de coleta de material reciclável.”

• Origem

A frase começou a se popularizar entre os professores em meados da década de 1980 como conseqüência da redemocratização brasileira. “O surgimento do sujeito crítico, criativo e participativo se deu, institucionalmente, com o renascimento da autonomia do país após a ditadura”, afirma Maria de Lourdes Ferreira, docente da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri, em Minas Gerais, e autora de diversos trabalhos sobre o tema. A Constituição de 1988 define cidadania como um dos princípios básicos da vida e ressalta que as instituições sociais, dentre elas a escola, precisam estar comprometidas com a formação cidadã. Cerca de dez anos depois, o papel da escola nesse processo foi descrito nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que se definem como meio de garantir que “a Educação possa atuar, decisivamente, no processo de construção da cidadania”.

Cabe à escola, portanto, formar pessoas bem informadas, críticas, criativas e capazes de avaliar sua condição socioeconômica, dimensionar sua participação histórica e atuar decisivamente na sociedade e na economia. E isso se faz quando todos os professores cumprirem o dever de ensinar os conteúdos curriculares, a começar por ler e escrever.


• Por que perdeu o sentido

Além das instituições de ensino, participam de forma fundamental na construção da cidadania o governo, as organizações sociais e a família. Interpretações equivocadas sobre a função de cada uma dessas instâncias na formação do cidadão levaram a uma descaracterização do papel da Educação. Outro fator decisivo para a deturpação da idéia foi a falta de um currículo definido em cada rede – detalhando o que ensinar em cada série e disciplina –, o que tem levado muitas escolas a trabalhar sem uma proposta pedagógica clara e objetiva. Para completar, muitos professores não fazem um planejamento focado nos conteúdos de cada área.

No livro Escola e Cidadania, o sociólogo suíço Philippe Perrenoud provoca: “De que serve aprender princípios cívicos ou detalhes da organização do Estado quando não se consegue ler o texto de uma lei?” Para o educador, a formação da cidadania passa pela “construção de meios intelectuais, de saberes e de competências que são fontes de autonomia, de capacidade de se expressar, de negociar, de mudar o mundo”.

Esse esvaziamento da função primeira da escola gerou uma série de atividades sem foco na aprendizagem que, supostamente, têm o objetivo de despertar a cidadania e provocar a conscientização de crianças e jovens. Dentre essas situações têm destaque as campanhas e os projetos sobre meio ambiente, diversidade cultural e violência. “É enorme o número de projetos enviados ao Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 com o objetivo de despertar a consciência ambiental e o respeito pelas diferenças com a justificativa pura e simples de que são importantes para a formação do cidadão”, conta Regina Scarpa. O que os alunos aprendem, efetivamente, ao fim de um trabalho desses? Se a proposta apresentada é recolher material reciclável, a turma vai aprender a recolher material reciclável, e o objetivo de um projeto não pode ser só esse.


“Este ano, tenho uma turma heterogênea e, por isso, nem todos vão estar alfabetizados até dezembro.”

• Origem


Antes da década de 1930, os exercícios de repetição eram a única estratégia de ensino

Com a criação dos grupos escolares, logo após a proclamação da República, no fim do século 19, surgiu o que se convencionou chamar de turmas homogêneas. O conceito se encaixa numa antiquada corrente pedagógica que trabalha para um único perfil de aluno e pressupõe que existe uma turma com características semelhantes e, portanto, homogênea. Os exercícios de repetição eram a única estratégia de ensino, fazendo parecer que todos os estudantes tinham o mesmo desempenho e ritmo de aprendizagem. Afinal, eles seguiam modelos e apenas uma resposta era correta. A partir da década de 1930, a Educação passou a acolher as preocupações da Psicologia quanto às diferenças entre os indivíduos e a usar situações-problema. Lev Vygotsky (1896-1934) escreveu em A Formação Social da Mente que o educador deve ter uma estratégia diferenciada para cada criança porque elas não sabem igualmente o mesmo conteúdo nem aprendem de uma só maneira. Já na década de 1990, a ampliação do atendimento escolar fez chegar à sala de aula crianças de classes sociais menos favorecidas, o que deixou mais clara essa heterogeneidade.


• Por que perdeu o sentido

A mudança na forma de ensinar e a universalização do Ensino Fundamental acabaram, definitivamente, com a ilusão da homogeneidade. Ao mesmo tempo, a expressão “turmas heterogêneas” passou a ser usada como uma das explicações para o fato de alguns não avançarem nos conteúdos. O conhecimento dos alunos pode não corresponder ao esperado para a série, mas essa variedade de níveis em uma turma tem de ser usada de forma produtiva. “A troca de saberes entre os pares deve ser buscada: o desafio é encarar cada um na sua individualidade e promover a interação entre as diferentes habilidades a favor da aprendizagem”, explica Lino de Macedo. Nos trabalhos em grupo, quem domina conteúdos e procedimentos diversos pode confrontar hipóteses, compartilhar estratégias e colaborar com os colegas.


“Com este projeto, consegui aumentar a auto-estima de várias crianças.”

• Origem

A expressão se popularizou com a universalização do Ensino Fundamental, nos anos 1990, quando muitos dos estudantes de baixa renda que ingressaram na escola tinham dificuldade na alfabetização e na aprendizagem das várias disciplinas. Professores creditavam isso à baixa auto-estima gerada pela pobreza. A idéia é equivocada e preconceituosa, como provam diversos estudos. A auto-estima não é determinada pelo nível socioeconômico ou cultural. “O que leva a uma maior valorização pessoal é aprender”, afirma Beatriz Cardoso, diretora do Cedac.


• Por que perdeu o sentido

Com o objetivo de aumentar a auto-estima das crianças, instituições do terceiro setor passaram a oferecer programas culturais e as escolas a propor atividades que não têm um foco claro na aprendizagem dos conteúdos. Ao mesmo tempo, premiações e elogios viraram moda. “Pensar que a garotada precisa de afago e estrelinhas mostra um distanciamento do que é essencial na Educação, que é promover conhecimento”, completa Beatriz.


“Em todos os trabalhos, faço avaliação formativa e contínua.”

• Origem

A avaliação formativa enfoca o papel do estudante, a aprendizagem e a necessidade de o educador repensar o trabalho para melhorá-lo. A prática surge da preocupação com o processo de aprendizagem e não só com o produto ou com as notas como ponto final da aprendizagem. Testes, análises de relatórios, provas, apresentações orais, comentários ou produção de textos se aplicam também à perspectiva tradicional de ensino. “O que diferencia as duas é o que se faz com os dados: enquanto no jeito tradicional os exames são classificatórios, na avaliação formativa eles servem para redirecionar o trabalho docente para permitir que cada um avance em seu ritmo”, diz Cipriano Luckesi, da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia.


• Por que perdeu o sentido

Cientes de que é necessário ficar constantemente atentos a todo o percurso de aprendizagem, os professores começaram a empregar a observação como estratégia do que passaram a chamar de avaliação formativa. Além de não utilizarem o resultado dessa análise para redirecionar a prática, deixam de lado as provas e outros instrumentos de verificação da aprendizagem. A razão é o fato de as notas não serem mais tão valorizadas como a única função da avaliação. O resultado disso é que não conseguem mensurar quanto as turmas avançaram na aprendizagem de cada conteúdo. “A avaliação só tem sentido se visa como ponto de partida e de chegada o processo pedagógico”, dizem Delia Lerner e Alicia Palacios de Pizani no livro A Aprendizagem da Língua Escrita na Escola.


“Trabalho com projetos interdisciplinares para abordar todas as áreas ao mesmo tempo.”

• Origem

O conceito de interdisciplinaridade surgiu no fim da década de 1960, na França e na Itália, e logo chegou aos Estados Unidos. Nessa época, os universitários lutavam contra a fragmentação das áreas e sua especialização, buscando a aproximação do currículo aos temas políticos e sociais. O discurso chegou ao Brasil e foi impulsionado pelos “temas geradores”, conceito apresentado por Paulo Freire no livro Pedagogia do Oprimido, de 1968. De acordo com ele, a intenção era propor aos indivíduos dimensões significativas de sua realidade, cuja análise crítica lhes possibilitasse reconhecer a interação entre as partes. Dessa forma, eles poderiam compreender melhor o mundo e atuar nele de forma consciente e participativa. Freire diz ser indispensável ter, antes, a visão total do contexto para, depois, separar seus elementos. Com esse isolamento, é possível voltar com mais clareza ao todo analisado.

No Ensino Fundamental, um trabalho interdisciplinar é aquele em que se estuda um tema integrando disciplinas com a intenção de que o conhecimento seja global e tenha significado para a garotada. Ele deve ser bem delimitado e permitir que haja o diálogo entre os conteúdos estudados para que os saberes sejam aprofundados. “O conhecimento é interdisciplinar. Ele é formado por fatos, conceitos e procedimentos relativos a áreas diferentes”, diz Tereza Perez, do Cedac.


• Por que perdeu o sentido

A idéia começou a ser valorizada e a ganhar adeptos por todo o país com o passar dos anos. Na década de 1990, quando Freire assumiu a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, ela chegou a muitas escolas paulistanas. No entanto, não foi sempre bem aplicada. Em primeiro lugar porque nem todo bom projeto necessita ser interdisciplinar, como muitos acreditam. Alguns conteúdos são bem ensinados em apenas uma área, não precisando de interação com as demais.

A relação entre as disciplinas deve aparecer dentro de situações didáticas que realmente possibilitem a aprendizagem em cada uma delas – e não apenas num formato em que sejam utilizados conhecimentos já adquiridos. Mostrar um mapa na aula de Matemática, por exemplo, não é ensinar Geografia, assim como apenas pedir a leitura de um texto de História não é aprofundar-se na Língua Portuguesa. O trabalho interdisciplinar terá cumprido sua função se o aluno passar de um estágio de menor conhecimento para outro de maior conhecimento em cada um dos conteúdos envolvidos.


“Sempre parto do interesse dos alunos quando vou definir com que conteúdos devo trabalhar.”

• Origem

A idéia nasceu com a Escola Nova, no início da década de 1930. O movimento é considerado o mais vigoroso grupo de renovação da Educação do país depois da criação da escola pública burguesa. Os ideais escolanovistas se popularizam no Brasil pela ação de um grupo de intelectuais liderados por Anísio Teixeira (1900-1971). “O grupo de Teixeira se opunha à visão tradicional da escola, na qual cabe ao professor transmitir conhecimentos aos alunos, que devem permanecer em silêncio e atentos às explicações”, explica Raymundo de Lima, da UEM. Para o movimento, o aumento do poder do estudante era essencial – sua vontade e sua capacidade de agir, espontaneamente, deveriam substituir a imposição, pelo professor, de julgamentos prontos. “Essa foi a primeira tentativa no país de diminuir a verborragia dos mestres em aula e de olhar mais para crianças e jovens”, ressalta Lima.

O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova foi lançado em março de 1932 e assinala que a “nova doutrina, que não considera a função educacional como uma função de superposição ou de acréscimo (...), transfere para a criança e para o respeito de sua personalidade o eixo da escola e o centro de gravidade do problema da Educação”. Passou-se a considerar o que os alunos pensam e a entender que eles têm idéias a ser respeitadas.


• Por que perdeu o sentido

Apoiados na concepção de que é necessário ter como base o interesse da turma, muitos educadores passaram a colocar a intencionalidade do ensino e o planejamento prévio em segundo plano. Essa deturpação foi ganhando espaço a ponto de algumas escolas chegarem a começar o ano sem determinar quais conteúdos devem ser trabalhados em aula e a orientar o corpo docente a descobrir primeiro o que a garotada quer estudar para depois se planejar. “A idéia, em casos como esses, é que alguns temas geradores podem levar a aulas mais participativas”, explica Priscila Monteiro, consultora educacional, formadora de professores e selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10. “O problema é que, sem um planejamento detalhado e um currículo claro a seguir, a tendência é de perda na qualidade do ensino”, diz ela.

Em didática, são três os pilares do processo de ensino e de aprendizagem: o conteúdo, a maneira como a criança aprende e o modo como o professor ensina. Na escola tradicional, o foco está no conteúdo e o mestre é quem domina e transmite seu saber. Com a Escola Nova, houve uma mudança: a figura central passou a ser o aluno e seus interesses. “Basear-se apenas no que ele quer aprender, contudo, é uma idéia restritiva, pois cabe à escola trabalhar conteúdos novos e desconhecidos e que, por isso, não podem ser mencionados naturalmente como uma curiosidade”, ressalta Priscila.

É claro que o interesse que as turmas têm por determinados assuntos deve ser considerado. No entanto, é preciso ter como base os conhecimentos didáticos específicos para planejar a abordagem e as intervenções a fazer. O grande desafio hoje é desenvolver a sensibilidade para propor situações-problema desafiadoras que despertem a atenção de todos.


“Todo dia, começo as atividades pedindo um texto livre para desenvolver a criatividade das crianças.”

• Origem

A valorização da criatividade como uma capacidade humana que deve ser estimulada começou a ocorrer no começo da década de 1950, com a mudança de conceitos vigentes até então. “Nesse período, muitos acreditavam que a inteligência era uma dimensão relativamente fácil de ser medida e a criatividade era um atributo de poucos privilegiados”, explica Eunice Soriano de Alencar, da Universidade Católica de Brasília. Uma série de pesquisas realizadas, sobretudo nos Estados Unidos, mostrou que não é possível medir a inteligência de maneira satisfatória e que, na realidade, ser criativo é algo inato a todo ser humano.

A partir dos anos 1980, dezenas de livros sobre o tema foram publicados, revelando que um ambiente livre e propício à inventividade ajuda a desenvolver essa capacidade. Com as mudanças tecnológicas e sociais do mundo contemporâneo, estimular o lado criativo das pessoas passou a ser vital e a escola acabou vista como uma das principais responsáveis por esse trabalho. “Estar preparado para solucionar problemas de forma criativa é algo indispensável no cenário deste novo milênio, em que inovar é uma palavra de ordem”, acredita Eunice.


• Por que perdeu o sentido

Considerando a importância de desenvolver a criatividade da turma, muitos professores passaram a propor atividades sem um conteúdo claro de aprendizagem e a justificar seu objetivo como sendo o de estimulá-la. O problema disso é que o objetivo da escola é ensinar conteúdos específicos, o que pode ser foco de avaliação para determinar se a turma avançou ou não – o que é mais difícil de ser feito quando falamos de um conceito como a criatividade. Além disso, é importante ressaltar que não se pode desenvolver a capacidade de criar lançando mão de qualquer tipo de trabalho e que ninguém inventa algo de maneira espontânea.

Os alunos necessitam de um repertório amplo para que consigam desenvolver essa capacidade com autonomia. Não é a inspiração que importa, mas o empenho e o trabalho realizado. “Criatividade é a capacidade de fazer relações entre os conhecimentos. Assim como só se aprende algo novo com base no que já conhecemos, só é possível criar com base em nosso conhecimento prévio sobre um assunto”, explica Monique Deheinzelin, orientadora de projetos curriculares, formadora de professores e autora de diversos livros sobre o tema.

Cabe à escola, portanto, dar oportunidades para todos desenvolverem seu percurso criador, promovendo a flexibilidade, a abertura ao novo, a habilidade de propor soluções inovadoras para problemas diversos e a coragem para enfrentar o inesperado. O educador pode trabalhar atividades que não sejam tão fechadas a ponto de permitir somente uma resposta e nem tão abertas para que qualquer coisa possa ser aceita. “Pedir trabalhos com um produto final já conhecido ou propor atividades mecânicas e repetitivas, como colocar as crianças para pintar um desenho pronto, não leva ninguém a ser mais criativo”, explica Monique. Para isso, é preciso propor ações transformadoras, por meio das quais sejam mobilizados novos saberes.


“Em meus projetos, foco sempre a realidade dos alunos, que moram ao redor do mangue.”

• Origem

A idéia foi muito propagada por Paulo Freire, que valorizava a presença do saber dos estudantes das camadas populares na sala de aula. Ele propunha que, com uma pesquisa prévia do universo dos termos falados pelos educandos, fossem selecionados alguns – as chamadas palavras geradoras – para que propiciassem a formação de outros e também funcionassem como ponto de partida para que a turma compreendesse o mundo e organizasse seu pensamento a respeito dele. Ou seja, Freire sempre destacou a necessidade de ultrapassar as fronteiras da realidade mostrada pelas palavras. Tanto que ele defendia a Educação como prática de liberdade e dizia que “o povo tem o direito não só de saber melhor o que já sabe mas também saber o que ainda não sabe”. Por isso, defendia que é importante ampliar e aprofundar o conhecimento sempre.


• Por que perdeu o sentido

Muitos professores trabalham concentrados somente no meio em que vivem os estudantes e acabam por simplificar o pensamento freireano, julgando que isso facilita o aprendizado. Acreditam que é preciso tomar como base só o que já é conhecido. Então, ensinam primeiro o conceito de bairro para depois apresentar o de cidade, estado e país, por exemplo. Como se a lógica de compreensão dos conceitos estivesse atrelada à maior ou à menor proximidade física e como se fosse possível mensurar a complexidade desses conceitos baseando-se nas dimensões geográficas. “Não se aprende somente com base no que temos à nossa volta, no que é considerado ‘concreto’ e no que os adultos consideram simples”, afirma Roberta Panico, do Cedac.

Outra crença que criou raízes no pensamento dos educadores é que a realidade é o limite do que deve ser ensinado. O professor não pode decidir não trabalhar conceitos relativos ao sertão porque leciona em uma região litorânea. “O mal provocado por essa atitude é a condenação do aluno à estagnação. Com isso, a escola deixa de cumprir seu papel”, diz Vera Barreto, coordenadora do Vereda – Centro de Estudos em Educação. Entrar em contato com o diferente permite analisar a realidade com mais riqueza porque oferece fontes para comparação.

Ir além do que já é conhecido também garante o cumprimento do que sugerem os PCNs, já que o cotidiano de um estudante que é filho de operários da construção civil, por exemplo, não tem vínculos com a sociedade da Grécia antiga, tema presente nas aulas de História. “Se o professor ficar focado somente no local, não terá como abordar todos os conteúdos”, completa Vera.

O Planejamento: momento indispensável da prática pedagógica

O planejamento é a etapa mais importante do projeto pedagógico, porque é nela que as metas são articuladas às estratégias e ambas são ajustadas às possibilidades reais. Existem três tipos de planejamento escolar: o plano da escola, o plano de ensino e o plano de aula.


O primeiro traz orientações gerais que vinculam os objetivos da escola ao sistema educacional mais amplo. O plano de ensino se divide em tópicos que definem metas, conteúdos e estratégias metodológicas de um período letivo. O plano de aula é a previsão de conteúdo de uma aula ou conjunto de aulas.


O planejamento escolar é um processo de racionalização, organização e coordenação da atividade do professor, que articula o que acontece dentro da escola com o contexto em que ela se insere. Trata-se de um processo de reflexão crítica a respeito das ações e opções ao alcance do professor. Por isso a idéia de planejar precisa estar sempre presente e fazer parte de todas as atividades – senão prevalecerão rumos estabelecidos em contextos estranhos à escola e/ou ao professor.

Para José Cerchi Fusari, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, não há ensino sem planejamento. “Se a escola é o lugar onde por excelência se lida com o conhecimento, não podemos agir só com base no improviso”, diz. “Ensinar requer intencionalidade e sistematização.” O poder de improvisação é sempre necessário, mas não pode ser considerado regra.
Planejar requer: - Pesquisar sempre; - Ser criativo na elaboração da aula; - Estabelecer prioridades e limites; - Estar aberto para acolher o aluno e sua realidade; - Ser flexível para replanejar sempre que necessário.

Leve sempre em conta: - As características e necessidades de aprendizagem dos alunos; - Os objetivos educacionais da escola e seu projeto pedagógico; - O conteúdo de cada série; - Os objetivos e seu compromisso pessoal com o ensino; - As condições objetivas de trabalho.

Com base nisso, defina: - O que vai ensinar; - Como vai ensinar; - Quando vai ensinar. - O que, como e quando avaliar. Trabalho coletivo


Planejar é um ato coletivo que envolve a troca de informações entre professores, direção, coordenadores, funcionários e pais. Isso não quer dizer que o produto final venha a ser um documento complicado. Ao contrário, ele deve ser simples, funcional e flexível.
E não adianta elaborar o planejamento tendo em mente apenas alunos ideais. Avalie o que sua turma já sabe e o que ainda precisa aprender. Só assim você poderá planejar com base em necessidades reais de aprendizagem.
Esteja aberto para acolher o aluno e suas circunstâncias. E, é claro, para aprender com os próprios erros e caminhar junto com a classe.
Fonte:
Revista Nova Escola - www.novaescola.com.br

Saber explicar: é isso que o aluno espera do bom professor!

Fazer associações

Explicar, segundo os dicionários, é dar compreensão a outra pessoa. “Crianças e adolescentes dependem da intermediação de adultos para aprender”, diz a pesquisadora e consultora Elvira Souza Lima. “Não há ensino sem explicações.” A capacidade de cada aluno de entendê-las relaciona-se com os mesmos mecanismos de quase todo aprendizado, ou seja, a utilização da experiência pessoal ou da associação com informações que ele já tem. Por isso cabe ao educador ajudar os estudantes a vasculhar o próprio conhecimento. “O maior desafio é expressar-se de acordo com os processos de pensamento da turma, em especial se forem crianças”, afirma Elvira. Ao planejar uma explicação, é fundamental prever que conceitos serão expostos à turma e como isso será feito, para obter o máximo de clareza e atingir os objetivos (leia o quadro abaixo):


O que e como explicar

Recursos para explicações
- Divisão em tópicos - Analogias - Esquemas gráficos - Exemplos e antiexemplos - Conexões com a experiência do aluno - Humor


Tipos de abordagem

- Definição de conceitos - Similaridades e diferenças - Causa e efeito - Finalidade - Processos


Tipos de conceitos

- Concreto x Abstrato - Familiar x Técnico

Para avaliar explicações
- Análise de gravações das aulas - Entrevistas com os alunos
Você mesmo pode aferir a eficácia de cada método. Elvira Souza Lima indica dois caminhos para isso:
* O primeiro é a análise do próprio desempenho mediante o registro das aulas, em vídeo ou áudio.
*O segundo é conversar com os estudantes e escutar o que eles têm a dizer, para ver o que entenderam. Assim você avalia melhor a sintonia que se estabelece entre professor e alunos.


Cinco Abordagens

As explicações podem seguir cinco tipos de abordagem:

* Definição de conceitos: Eles podem ser concretos ou abstratos e familiares (presentes no dia-a-dia) ou técnicos (restritos a especialistas). Os abstratos e técnicos demandam mais explicação, porque estão além da experiência sensorial e imediata.

*Semelhanças e diferenças: É hora de dar um passo maior. Com essa abordagem, você compara, distingue e/ou classifica as informações em grupos. Para tratar de catolicismo e protestantismo, por exemplo, um quadro comparativo é um bom material de apoio.

* Causa e efeito: Essa abordagem mostra como um fenômeno leva a outro numa seqüência lógica. É o melhor jeito de explicar acontecimentos como a eclosão de uma guerra ou o surgimento de um movimento artístico.

*Diagramas: facilitam a compreensão.

*Finalidade: Mostrar “para que serve” um trabalho evoca a experiência dos alunos e os ajuda muito a entender. Um bom exemplo é falar de princípios de saúde e mostrar como eles se aplicam à prática de esportes.

*Processos: Quando lança mão dessa abordagem, você revela como as coisas funcionam. A ênfase é na seqüência de itens. Por isso, essas duas dicas:
Uma recomendação: o humor é um bom aliado para tornar as explicações mais acessíveis e interessantes. Conhecer os comentários que vão divertir a turma só depende de você.


Um alerta: abrir espaço para debates durante a apresentação só serve para atrasar o processo e desviar o assunto. Uma vez encerrado um tópico ou um tema, porém, a discussão é bem-vinda.

Fonte:
Revista Nova Escola - www.novaescola.com.br

O clima emocional é essencial para haver aprendizagem

Para o filósofo e sociológo chileno, além de conhecer os conteúdos que ensina, o professor deve saber identificar as necessidades dos alunos Por.: Rodrigo Ratier - Revista Nova Escola- dezembro de 2008

Entre 1995 e 2000, o chileno Juan Casassus esteve à frente de um ambicioso estudo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), sobre a qualidade da Educação na América Latina. A pesquisa, realizada em 14 países – incluindo o Brasil – e publicada no livro A Escola e a Desigualdade, analisou fatores que favorecem o bom desempenho dos estudantes. Docentes com formação sólida, avaliação sistemática, material didático suficiente, prédios adequados e famílias participativas apareceram como características importantes. Mas um aspecto lhe chamou a atenção: ter um ambiente emocional adequado, gerado pelo bom relacionamento entre professor e aluno, também é fundamental. “Essa descoberta me surpreendeu. Com base nela, direcionei meu foco para entender melhor o papel das emoções na vida em geral e na aprendizagem em especial.” Para transmitir o gosto pelo conhecimento, diz o filósofo e sociólogo especialista em Educação, um professor precisa dominar os conteúdos de sua disciplina – e também saber acolher as turmas, identificando e trabalhando interesses e sentimentos. De seu escritório em Santiago, ele falou por telefone com NOVA ESCOLA sobre o assunto.
Como surgiu sua curiosidade pelo papel das emoções na aprendizagem?
JUAN CASASSUS - Comecei a prestar atenção no assunto quando fui encarregado de dirigir o Primeiro Estudo Comparativo em Linguagem, Matemática e Fatores Associados para Alunos de Terceira e Quarta Séries do Ensino Fundamental (Peic). Foi um programa da Unesco realizado entre 1995 e 2000 em 14 países da América Latina que incluiu uma análise comparativa dos currículos, entrevistas com pais e professores e aplicação de provas de Linguagem e Matemática a 54 mil estudantes. O objetivo era compreender os fatores que influem no desempenho dos alunos.
O que essa pequisa descobriu?
CASASSUS - O achado mais surpreendente foi a importância do ambiente favorável à aprendizagem na escola – mais especificamente, a necessidade de um clima emocional adequado dentro da sala. Nas instituições em que os alunos se dão bem com os colegas, não há brigas, o relacionamento harmonioso predomina e não há interrupções nas aulas, eles se saem melhor. Verificamos que o desempenho deles chegou a ser superior em 36% na nota média da prova de Linguagem e 46% na de Matemática.
Qual o peso do clima emocional em relação aos outros fatores ligados à aprendizagem?
CASASSUS - Muito grande. Na nossa pesquisa, ele teve uma importância maior do que todos os demais fatores somados. E veja que examinamos mais de 30 variáveis, como condições de trabalho, salário, experiência e formação dos professores, o número de livros em casa e na biblioteca, o tempo que os pais passam diariamente com os filhos e o total de alunos por classe.
De que forma o ambiente emocional pode favorecer o aprendizado?
CASASSUS - Quando os estudantes se sentem aceitos, os músculos se distendem e o corpo relaxa. O reflexo disso é que eles se tornam mais seguros. Assim, o medo se reduz, as crianças ficam mais espontâneas e participativas e sem temor de cometer erros – quero sublinhar que o mecanismo da tentativa e erro é fundamental para aprender. Confiantes, elas são capazes de mostrar até mesmo o momento em que o interesse pelo assunto tratado em sala desaparece – e o porquê de isso ter ocorrido. Construir uma relação assim pode demorar, mas certamente nunca será desperdício de tempo.
Agindo assim, o professor não corre o risco de perder o controle da classe, agravando a indisciplina?
CASASSUS - Acredito que, quando a turma aprende coisas motivantes, o problema da indisciplina desaparece, já que muitas vezes ela é conseqüência do tédio produzido por aulas pouco interessantes. Se o conhecimento é significativo para a criança, ela deseja aprender. Por outro lado, se não há interesse na matéria, vai haver bagunça na classe. Para combater esse comportamento e também a violência, não adianta criar mais punições. É preciso ver quais necessidades de acolhimento e quais emoções a escola ainda não conseguiu compreender.
Há situações em que essa estratégia pode falhar?
CASASSUS - Sim. Mas respeitar os sistemas de valores dos estudantes, sua lógica e seus problemas não equivale a dizer que o professor precisa ser amigo deles. Ele pode e deve usar sua autoridade para advertir algum jovem por atitudes inadequadas na aula ou em relação a outro colega. Isso é bem diferente de ser autoritário e controlar a classe ameaçando com castigos, notas baixas e punições que provocam medo e tensão. Essa estratégia, infelizmente, é a escolha de boa parte das escolas.
Como conseguir que o conteúdo seja significativo para os alunos?
CASASSUS - Qualquer currículo moderno pode se adaptar a temas de interesse deles. Afinal, o aprendizado exige uma motivação interna de quem aprende. Por exemplo: se preciso falar de Física, de estrutura dos materiais ou de conceitos como velocidade e aceleração, posso usar como base carros de corrida ou outro tema mais próximo do universo de crianças e adolescentes. É possível encontrar caminhos para que esse entusiasmo se encaixe no planejamento curricular. Dessa forma, consigo elaborar dezenas de atividades. Trata-se de adaptar o conhecimento a uma maneira compatível com o fluxo natural em que a turma está inserida naquele momento.
Isso implica abrir mão de abordar alguns conteúdos curriculares?
CASASSUS - Não. Eles continuam sendo essenciais. A mudança principal não é no “que” ensinar, é no “como”. É saber que o interesse dos estudantes está relacionado às suas condições de vida e que se pode explicar qualquer matéria adaptando-a a essa lógica. É preciso estar preparado para situações inesperadas, encontrando soluções inéditas e criativas em vez de recorrer sempre ao mesmo jeito de ensinar. Um bom professor, que conhece sua disciplina e as emoções de seus alunos, consegue fazer isso.
O que é exatamente uma emoção?
CASASSUS - Não há consenso. Alguns a classificam como uma resposta a fatos marcantes. Outros a consideram uma disposição para a ação. Para mim, emoção é mais do que a simples experiência fisiológica ou psicológica. É uma energia vital, que liga os acontecimentos do mundo externo com o mundo interno de cada um de nós. Muitas de nossas atitudes são disparadas por uma emoção.
Qual o impacto dessa idéia no campo da Educação?
CASASSUS - É forte, pois o que aprendemos e como aprendemos depende das emoções. As pesquisas da chamada “década do cérebro”, os anos 1990, ressaltam que percebemos o mundo antes pelos nossos sentimentos, por meio de estímulos recebidos pelos sentidos, do que pela razão. Daí a importância de um ambiente de respeito mútuo como estímulo para a aquisição de conhecimentos.
Atualmente, como as escolas têm lidado com as emoções?
CASASSUS - Mal, porque herdaram um modelo antigo de instituição de ensino. No século 19, quando os sistemas educativos nacionais foram criados, predominava uma visão racionalista do ser humano. Tudo que tivesse a ver com corpo e emoções tinha de ser afastado porque ia contra o desenvolvimento da faculdade superior de raciocinar, vista como o caminho do progresso e da felicidade. O resultado disso foi a criação de uma organização antiemocional, onde prevalecem as humilhações, as comparações, os juízos de valor e as desqualificações. O resultado é uma escola indisciplinada e violenta.
É preciso repensar o que é o aluno?
CASASSUS - Sim. O sujeito da Educação deve deixar de ser encarado como puramente racional. Ele é um indivíduo que se divide em três partes: razão, emoção e corpo. Essa forma diferente de pensar muda completamente a maneira de ensinar, que até agora tem sido condutivista – ou seja, baseada na idéia de estímulo-resposta: a crença de que bastava o professor explicar a matéria para que todos aprendessem. Isso fracassou e o que se observa, em geral, é uma desmotivação fenomenal nas crianças. É preciso pôr ênfase em outros aspectos. O principal deles é o que chamo de conectividade.
O que é conectividade?
CASASSUS - É a competência que o professor tem para escutar o aluno, aceitá-lo sem preconceito e vê-lo como um ser humano. Como resultado, ele se abre para a aprendizagem. Se essa relação é generalizada, a sala de aula passa a ter um bom ambiente emocional. É preciso competência emocional para a conectividade. Um exemplo: dando aula para jovens de 18 anos, percebi que eles tinham muita vergonha de se expor. Para favorecer o aprendizado naquela turma, tive de garantir que as atividades em sala não os pusessem em situações limite de vergonha para que aprendessem, sem medo nem inibição, o que eu ensinava.
Em geral, a formação dos professores não inclui essa atenção à dimensão emocional. O que eles podem fazer para se aprimorar nessa área?
CASASSUS - A Educação Emocional já começa a aparecer como tema de cursos em alguns países, como Chile e Argentina. Mas ainda somos analfabetos emocionais. Há pouca discussão sobre o tema. Para o educador, creio que uma medida importante é realizar um trabalho de autoconhecimento para lidar com as emoções de forma mais madura.
Qual é o objetivo desse processo de autoconhecimento?
CASASSUS - A idéia é compreender melhor de que forma nossos sentimentos são disparados e o que fazer com eles. Cada um está relacionado a uma gama possível de ações, que depende das competências emocionais de cada um. No livro La Educación del Ser Emocional, conto um exemplo pessoal: em minhas corridas matinais, sinto medo de passar em frente à casa de meu vizinho porque, certa vez, o cachorro dele me mordeu. Para superar a fobia, preciso educar meu ser emocional – não para apagar a lembrança do fato, mas para “desligar” a reação de atravessar a rua quando me lembro disso.
Como um professor emocionalmente educado pode trabalhar melhor?
CASASSUS - Ele consegue identificar, ler e trabalhar não apenas as próprias emoções mas também as das pessoas a seu redor. No diálogo com os alunos, o docente presta atenção não somente nas palavras, mas em atitudes, gestos, expressões e linguagens corporais. Essa capacidade sensível de entendê-los e pôr-se no lugar deles é essencial para induzir o processo de aprendizagem.
Como realizar isso na sala de aula?
CASASSUS - Eu diria que existem sete atitudes para o desenvolvimento da Educação Emocional. A primeira é dar-se conta dos próprios sentimentos. A segunda, observar o que ocorre com a turma. A terceira, entender as pessoas para estabelecer conexões com elas. A quarta, cuidar da qualidade dessas interações. A quinta, ter consciência das ligações entre as coisas que acontecem na aula. A sexta, demonstrar empatia pelo que acontece com o outro. E, por fim, se responsabilizar pelo que ocorre em sala, sem ficar procurando fora dela culpados pelos insucessos.

Analfabetos em números

Por que a matemática continua sendo o ponto fraco da educação brasileira e as idéias dos especialistas para que nossas crianças se apaixonem por ela
Por: Paulo de Camargo - Revista Claudia - outubro de 2008

Na extensa lista de mazelas da educação brasileira, uma em particular vem tirando o sono dos especialistas: o déficit no aprendizado da matemática. No principal exame internacional de avaliação de estudantes, o Pisa, sigla para Programme for International Student Assessment, o Brasil ficou na lanterna no ensino de matemática, entre 41 países participantes, no teste realizado em 2003, e em 54o lugar, entre 57 países, em 2006. A prova avalia estudantes com 15 anos. Estudos com alunos brasileiros em outras etapas da vida escolar confirmam essa tendência. O último teste aplicado pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) mostrou que 80% dos alunos de 4a série, 87% dos de 8a série e 87,3% dos de 3a série do ensino médio não atingiram a pontuação mínima adequada. Ou seja, na média, um aluno da 8a série no Brasil não consegue analisar gráficos de colunas, acha difícil lidar com conversão de medidas e não tem a menor idéia de como efetuar cálculos de juros. Pelos padrões internacionais, já deveriam saber tudo isso.
As más notas são um sintoma eloqüente, mas ainda não dão a dimensão exata da gravidade da doença. Ignorar os conteúdos básicos da matemática significa estar despreparado para a cidadania. Afinal, lidamos com números ao fazer uma receita de bolo, planejar o orçamento doméstico, decidir se é melhor comprar um eletrodoméstico a prazo ou à vista ou mesmo ao tentar compreender as preferências dos eleitores em uma eleição democrática. Mas o aprendizado da matemática tem um papel ainda maior, conforme explica a pesquisadora Inés María Gómez Chacón, professora titular da Universidade Complutense de Madri: é essencial para a formação das estruturas de pensamento das crianças e dos jovens. “Matematizar é um exercício de gerar nexos com a realidade”, diz ela. Outro especialista de renome, João Pedro da Ponte, catedrático em ciências da educação da Universidade de Lisboa, complementa: “Contribui certamente para o desenvolvimento de um pensamento rigoroso e para a compreensão do que é e do que não é um argumento válido”. Ou seja: vêm aí gerações inteiras de crianças e jovens que terão maior dificuldade de inserção no mundo globalizado, onde a chave-mestra é a capacidade de aprender continuamente.
A situação é mais grave nas camadas menos favorecidas e no sistema de ensino público, mas está longe de se concentrar nesses estratos sociais. Em 2007, pela terceira vez, o Instituto Paulo Montenegro, ligado ao Ibope, ouviu pessoas de todas as faixas etárias buscando mapear o analfabetismo funcional – num paralelo com o mundo das letras, esse conceito identifica pessoas que sabem ler palavras, mas são incapazes de escrever uma carta. A constatação do trabalho é dramática: pouco menos da metade da população com idade entre 15 e 64 anos, com ensino médio e superior completos, pode ser considerada plenamente alfabetizada em matemática. “Comparando com resultados de anos anteriores, o dado preocupante é que não houve uma melhora significativa”, diz Ana Lúcia Lima, diretora executiva do Instituto Paulo Montenegro. “É uma catástrofe.”
Para compreender as origens do problema, é preciso separar as dificuldades específicas do ensino da matemática das deficiências estruturais do ensino brasileiro, como professores desvalorizados, mal formados e sem condições adequadas de trabalho. Há pelo menos duas ordens de questões: as metodológicas, ou seja, aquelas relacionadas a o quê e como ensinar, e outras diretamente ligadas a um preconceito socialmente difundido de que matemática é para “iluminados”. Nesse ponto, os Parâmetros Curriculares Nacionais, criados pelo Ministério da Educação há dez anos para oferecer um norte pedagógico aos professores das diferentes regiões do país, são modernos: prevêem a utilização de estratégias como o uso de jogos e uma aproximação amigável com o universo dos números. “Mas há uma grande distância entre a teoria e aquilo que efetivamente chega à sala de aula”, diz a pesquisadora Kátia Smole, uma das autoras do PCN na área da matemática. Nas escolas brasileiras, desde o ensino fundamental, os alunos deparam com um conhecimento desconectado da realidade. “Como a matemática é apresentada por meio de uma linguagem sofisticada e nada natural, há obstáculos de decodificação”, explica Antonio José Lopes, doutorando pela Universidade Autônoma de Barcelona e autor de livros didáticos. Para Maria Tereza Carneiro Soares, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Paraná, consultora do Pisa, esse é um dos motivos para o insucesso dos alunos brasileiros no Pisa, que cobra um conhecimento matemático cotidiano e indispensável para o mundo do trabalho.
O que se busca hoje é tirar da educação matemática o excesso de formalismo da linguagem – apresentada como se fosse uma sucessão de fórmulas, regras e enunciados –, de maneira a aproximá-la da vida real, passando a ter mais sentido para o aluno. Pode ser muito prazeroso descobrir quanto de matemática existe na confecção de uma pipa ou participar de jogos nos quais a compreensão das regras passa pelos princípios matemáticos fundamentais. É essa distância entre modos de ensinar a matemática que separa, por exemplo, o jovem Mateus Henrique Pedroso Cárdia, 11 anos, de sua mãe, a professora de educação infantil Sílvia Helena, que não consegue ajudá-lo nas questões envolvendo números. “No meu tempo de escola, era uma matéria difícil, teórica”, diz ela. No colégio de Mateus, os professores sempre traçaram paralelos entre a vida concreta e o conhecimento teórico. “O resultado é que eu sempre tive dificuldades, mas o Mateus adora; ele me apresenta uma dúvida e logo encontra, pelos próprios caminhos, a solução.”
Uma ciência para poucos. Essa visão sobre a matemática está por toda parte. A pesquisadora Inés Gómez Chacón, autora do livro Matemática Emocional (Artmed), analisou o grande impacto das emoções no aprendizado dos números. Para ela, boa parte da dificuldade se explica pelo grau de ansiedade e pela auto-estima dos estudantes. Quanto mais autoconfiantes, melhor o desempenho com números; já a baixa auto-estima leva a um medo excessivo de cometer faltas, a uma diminuição no grau de atenção, na memorização e até mesmo na eficácia do raciocínio. Com base nisso, propõe novas condutas em sala de aula, mostrando ao aluno que suas idéias são importantes e que a matemática não é um mundo de certezas, mas também um conhecimento experimental. O estudo mostra ainda a importância do papel dos pais no fortalecimento da auto-estima da criança.
Aprender os números não é uma capacidade inata, lembra a pesquisadora Kátia Smole. O aluno precisa aprender que existem muitos caminhos, e não apenas aquele que o professor ensina. “Por outro lado, há alunos talentosos e fascinados pelos desafios da matemática, mas muitas vezes os professores nem atentam para isso, pois estão centrados nos procedimentos e técnicas”, afirma ela. Não pode haver trajetória melhor do que a do pintor Antonio Peticov. O artista repetiu cinco vezes de ano, em grande parte por suas dificuldades com o aprendizado dos números. Hoje, tornou-se famoso em muitos países porque sua arte incorpora conceitos matemáticos, como a Regra de Ouro. Baseada em uma seqüência algébrica conhecida como Número de Fibonacci e muito utilizada no Renascimento, estabelece proporções geométricas de modo, por exemplo, a guiar a atenção do espectador para certa seção da obra. Por esse talento, Peticov foi convidado a integrar a Lewis Carroll Society, que reúne especialistas em matemática das mais diversas áreas. “Há matemática em tudo, na arte e na vida”, diz ele.
Fonte:
Revista Claudia - http://claudia.abril.com.br

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Escola e Informática

O mundo contemporâneo, globalizado e informatizado, exige que a escola reflita imediatamente seus currículos e reenfoque seus objetivos; que se prepare para a era tecnológica e para educar para o novo milênio.Computadores se fazem presentes a todo o momento no nosso cotidiano, no trabalho, na comunicação, no lazer, na pesquisa, enfim, são ferramentas primordiais da contemporaneidade e no processo de ensino-aprendizagem das novas gerações.Como pode a escola ficar à deriva desta nova era? É preciso incorporar estes recursos tecnológicos também no cotidiano escolar. No entanto, não basta apenas adquirir máquinas e continuar com a tradição das aulas acadêmicas, descontextualizadas, que recorrem ao computador apenas para tornar uma pesquisa mais fácil, na qual o “imprimir” é o serviço mais solicitado.É preciso que a escola construa um novo perfil no seu “sistema” de ensino e revalide o seu papel; que seja a “Windows” por onde continuemos a vislumbrar a educação, a informação e o conhecimento e que seu “software” seja sempre renovado, a fim de se tornar mais motivadora e interessante.O uso de computadores na escola precisa ser mais eficaz, no sentido de fazer as coisas certas; e para que isso aconteça, há necessidade de um contínuo crescimento dos profissionais envolvidos na educação. Esta é a tarefa mais árdua: promover mudanças significativas e abandonar a “enganação” e “a mesmice informatizada”.Se a escola não sabe fazer, tem que buscar parceria, que possa dar assessoria completa, tanto na parte pedagógica quanto na parte de capacitação de profissionais. Isso é partilhar, delegar e acreditar que se pode, através de ações coletivas, obter a essência da eficácia como resposta.A informática na escola, utilizada com eficácia, auxilia no processo de alfabetização, possibilita a flexibilidade e a personalização dos conteúdos adaptados à escola e à região; possibilita uma forma de estudar mais dinâmica com animações, links, leituras complementares, hipertextos, zoom de imagens, sala de reforço, plantões de dúvidas; permite aos professores trabalharem em um mesmo tema com enfoque em sua matéria; acessar e utilizar bancos de dados e informações; através de simulações facilita e estimula o entendimento, além de permitir a interação total dos alunos com o mundo, reforçando o aprendizado e promovendo o letramento.Temos que aprender a lidar com desafios. O Prof. Gretz (Revista Profissão Mestre – dez/2004, p.20) diz que os desafios para os professores são semelhantes em todas as épocas, “o que muda é apenas uma roupagem diferente, um cenário com a conjuntura própria de cada tempo”. Concordo. Porém, não podemos fechar os olhos às mudanças, às roupagens e cenários novos e ficar estáveis e impávidos, achando que está tudo bom ou que essa onda vai passar, que é só uma questão de tempo...Temos, sim, é que encontrar meios e recursos para acompanhar esta conjuntura própria de cada tempo; que qualifiquem a escola, independente da época. Temos que proporcionar aos alunos um bom desempenho profissional, pessoal e na vida, lembrando sempre da enorme responsabilidade que a escola tem de ensinar, formar, informar e educar, em qualquer época, em qualquer conjuntura e em qualquer tempo.

Vanja Ferreira

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Uma professora apaixonada pelo ato de aprender e ensinar!!! Amo o que eu faço e procuro ampliar cada dia mais minhas aptidões,assim posso fazer melhor o que me proponho a fazer: Ensinar de verdade!!!