terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Novas formas de aprender: nativos digitais x imigrantes digitais

Mês passado, como a maioria dos usuários antenados de tecnologia acompanhei o lançamento do novo tablet iPad da gigante Apple. Depois de dominar o mercado de MP3 com o iPod e causar uma verdadeira revolução na telefonia com a criação do iPhone, a Apple investe pesado na fatia de mercado de tablets com o iPad. Bom, encurtando a história um tablet é um computador em forma de prancheta eletrônica, sem teclado e com tela sensível ao toque(touchscreen). Para ter uma idéia de como é um, basta pensar em um “iPhone gigante”, com tela entre 7 e 10 polegadas. Todos os tablets anunciados na CES já saem de fábrica com conexão 3G e Wi-Fi, ou seja, prontos para acessar a internet. Porque começar esse bate papo de hoje com uma notícia que em tese poderia apenas interessar aos aficcionados pelo uso das maquinas. O caso é que muitos dos nossos alunos lidam todos os dias com parte dessas inovações tecnológicas. Na verdade muitos deles fazem parte de uma geração de nativos digitais. Individuos nascidos em uma era repleta de inovações tecnológicas. Enquanto nós professores, somos mais representativos dos chamados imigrandes digitais, ou em outras palavras, indivíduos que migraram para o mundo digital depois da fase adulta. Mesmo em ambientes mais pobres, com o crescimento das lans houses e do barateamento de celulares e video games mais modernos aliado a pirataria, muitos individuos tem acesso a algumas das midias mais modernas. Esse envolvimento com a tecnologia faz com que estes individuos aprendam de uma forma diferente e muito distante das tradicionais metodologias que ainda dominam o ambiente escolar. O caso é que temos um grande problema em vista. A grande maioria dos professores que hoje podemos encontrar nas escolas fazem parte de uma geração que não tem a meno intimidade com muitas das tecnologias mais usadas por nossos alunos como câmeras digitais, celulares modernos e computadores. Uma pequena prova disso é a quantidade de professores que na rede pública receberam notebooks e simplesmente não sabem o que fazer com esse equipamento, deixando a cargo de filhos e netos a utilização de um material que deveria ser útil no cotidiano. Não se trata apenas de um conflito de gerações, mas sim culturas de aprendizagem muito diversas que se chocam no cotidiano escolar, fazendo com que a escola perca o sentido de uma de suas dimensões: preparar as gerações futuras. As gerações anteriores eram muito menos visuais que as de hoje. As gerações de hoje são mais sistémicas, criativas, cooperativas que as de ontem. Outro detalhe importante é que falta de contato a escola não aproveita em suas atividades uma série de novas habilidades e competências características das novas gerações. A escola de hoje não liberta. Ao contrário parece mais uma gaiola para nossas crianças. Uma gaiola onde o tempo passa muito devagar.

Referências Bibliográficas:
MATTAR, João. Games em educação: como os nativos digitais aprendem. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

Por Marcos Antonio Silva

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Uma professora apaixonada pelo ato de aprender e ensinar!!! Amo o que eu faço e procuro ampliar cada dia mais minhas aptidões,assim posso fazer melhor o que me proponho a fazer: Ensinar de verdade!!!