Fazer associações
Explicar, segundo os dicionários, é dar compreensão a outra pessoa. “Crianças e adolescentes dependem da intermediação de adultos para aprender”, diz a pesquisadora e consultora Elvira Souza Lima. “Não há ensino sem explicações.” A capacidade de cada aluno de entendê-las relaciona-se com os mesmos mecanismos de quase todo aprendizado, ou seja, a utilização da experiência pessoal ou da associação com informações que ele já tem. Por isso cabe ao educador ajudar os estudantes a vasculhar o próprio conhecimento. “O maior desafio é expressar-se de acordo com os processos de pensamento da turma, em especial se forem crianças”, afirma Elvira. Ao planejar uma explicação, é fundamental prever que conceitos serão expostos à turma e como isso será feito, para obter o máximo de clareza e atingir os objetivos (leia o quadro abaixo):
O que e como explicar
Recursos para explicações
- Divisão em tópicos - Analogias - Esquemas gráficos - Exemplos e antiexemplos - Conexões com a experiência do aluno - Humor
Tipos de abordagem
- Definição de conceitos - Similaridades e diferenças - Causa e efeito - Finalidade - Processos
Tipos de conceitos
- Concreto x Abstrato - Familiar x Técnico
Para avaliar explicações
- Análise de gravações das aulas - Entrevistas com os alunos
Você mesmo pode aferir a eficácia de cada método. Elvira Souza Lima indica dois caminhos para isso:
* O primeiro é a análise do próprio desempenho mediante o registro das aulas, em vídeo ou áudio.
*O segundo é conversar com os estudantes e escutar o que eles têm a dizer, para ver o que entenderam. Assim você avalia melhor a sintonia que se estabelece entre professor e alunos.
Cinco Abordagens
As explicações podem seguir cinco tipos de abordagem:
* Definição de conceitos: Eles podem ser concretos ou abstratos e familiares (presentes no dia-a-dia) ou técnicos (restritos a especialistas). Os abstratos e técnicos demandam mais explicação, porque estão além da experiência sensorial e imediata.
*Semelhanças e diferenças: É hora de dar um passo maior. Com essa abordagem, você compara, distingue e/ou classifica as informações em grupos. Para tratar de catolicismo e protestantismo, por exemplo, um quadro comparativo é um bom material de apoio.
* Causa e efeito: Essa abordagem mostra como um fenômeno leva a outro numa seqüência lógica. É o melhor jeito de explicar acontecimentos como a eclosão de uma guerra ou o surgimento de um movimento artístico.
*Diagramas: facilitam a compreensão.
*Finalidade: Mostrar “para que serve” um trabalho evoca a experiência dos alunos e os ajuda muito a entender. Um bom exemplo é falar de princípios de saúde e mostrar como eles se aplicam à prática de esportes.
*Processos: Quando lança mão dessa abordagem, você revela como as coisas funcionam. A ênfase é na seqüência de itens. Por isso, essas duas dicas:
Uma recomendação: o humor é um bom aliado para tornar as explicações mais acessíveis e interessantes. Conhecer os comentários que vão divertir a turma só depende de você.
Um alerta: abrir espaço para debates durante a apresentação só serve para atrasar o processo e desviar o assunto. Uma vez encerrado um tópico ou um tema, porém, a discussão é bem-vinda.
Fonte:
Revista Nova Escola - www.novaescola.com.br
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