segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Verdade ou mentira: os mitos da neurociência na educação

Você saberia responder se utilizamos apenas 10% do nosso cérebro? Ou se a capacidade mental é hereditária e não pode ser modificada pelo ambiente ou experiência? Ou ainda se nosso cérebro desliga quando estamos dormindo? Esses são alguns mitos da neurociência que ainda estão difundidos, mas gostaríamos de pensar que nossos educadores sabem distinguir entre as verdades e mentiras da neurociência. As descobertas da neurociência ainda são recentes e demoram a chegar até o conhecimento da população em geral ou, quando chegam, podem estar distorcidas, e o mesmo acontece entre os educadores. Um projeto da OCDE em 2002 enfatizou que existem muitos conceitos errados, ou mitos, sobre o cérebro entre os profissionais da educação. Como a disseminação desses mitos podem ter efeitos adversos na prática educacional, uma pesquisa recente tentou dimensionar o tamanho desse problema e fez descobertas muito interessantes. Essa pesquisa investigou se a crença nesses mitos era comum entre os professores que se interessavam pela neurociência da aprendizagem. Seria preocupante se mitos fossem encontrados nesse grupo porque esses professores seriam os mais motivados a colocar em prática essas neuro-ideias. Além do mais, esses professores seriam mais propensos a difundir os mitos entre os seus colegas. A amostra consistiu de 242 professores do ensino fundamental e médio da Holanda e do Reino Unido que demonstravam interesse por neurociência. Os professores receberam um questionário contendo 32 afirmações, sendo 15 afirmações relacionadas a mitos e 17 afirmações gerais sobre o cérebro e seu envolvimento na aprendizagem. Eles tinham apenas que marcar se a afirmação era verdadeira, falsa ou se não sabiam. Veja a seguir as 15 afirmações relacionadas a mitos e descubra como está seu conhecimento sobre neurociência: 1. Indivíduos aprendem melhor quando eles recebem informação no seu estilo de aprendizagem preferido (por ex., auditivo, visual, sinestésico). [F] 2. Diferenças na dominância hemisférica (hemisfério esquerdo ou direito) podem explicar diferenças individuais entre alunos. [F] 3. Curtos surtos de exercícios de coordenação podem melhorar a integração entre as funções dos hemisférios esquerdo e direito do cérebro. [F] 4. Exercícios que ensaiam a coordenação de habilidades motoras e de percepção podem melhorar as habilidades de alfabetização. [F] 5. Ambientes que são ricos em estímulos melhoram o cérebro de crianças em idade pré-escolar. [F] 6. Crianças têm menos atenção após consumirem bebidas e/ou guloseimas açucaradas. [F] 7. Foi comprovado cientificamente que suplementos de ácidos graxos (ômega-3 e ômega-6) têm um efeito positivo sobre o desempenho acadêmico [F]. 8. Existem períodos críticos na infância após os quais certas coisas não podem mais ser aprendidas [F]. 9. Nós usamos apenas 10% do nosso cérebro [F]. 10. A ingestão regular de bebidas com cafeína reduz a atenção. [V] 11. Crianças precisam dominar sua língua nativa antes de aprender uma segunda língua. Se elas não fizerem isso, nenhuma das línguas será dominada [F]. 12. Problemas de aprendizagem associados à diferença de desenvolvimento de funções cerebrais não podem ser remediadas pela educação. [F] 13. Se estudantes não tomarem uma quantidade suficiente de água (6 a 8 copos por dia), seus cérebros encolherão [F]. 14. A repetição extensa de alguns processos mentais podem mudar a forma e estrutura de algumas partes do cérebro. [V] 15. Alunos individuais demonstram preferência pelo modo que recebem informação (por ex., visual, auditivo, sinestésico). [V] [V] = Verdadeiro e [F] = Falso A pesquisa descobriu que, no geral, os professores acreditavam em 49% dos mitos. Apesar de haver bastante variação entre as afirmações, tiveram alguns mitos que prevaleceram sobre os demais. Para identificar quais são esses mitos, a lista acima está organizada por ordem de prevalência. A grande surpresa foi que uma maior incidência de crença em mitos foi identificada entre aqueles professores com maior conhecimento geral sobre o cérebro. Ou seja, os professores com maior interesse sobre pesquisas do cérebro são mais suscetíveis aos mitos. Uma das razões alegadas pelos pesquisadores para o que parece ser um paradoxo é que esses professores obtêm informações através de revistas populares de ciência. Essas informações difundidas pela mídia popular são geralmente simplificadas e interpretadas além da medida e, na tentativa de alcançar o maior número de pessoas, acabam sendo responsáveis por criar conceitos errados. Se os professores entusiastas da neurociência aplicada na sala de aula têm dificuldade em distinguir pseudociência de fatos científicos, imagina-se que os demais professores que não demonstram interesse no assunto acreditam mais ainda em mitos. Portanto, esse estudo demonstra a necessidade de se avançar na colaboração entre os campos da neurociência e educação. O Cérebro Melhor procura contribuir com a difusão dos fatos científicos relevantes à educação através de vários artigos publicados em seu site, cobrindo diversos aspectos como hábitos de estudo, sono, memória, aprender com erros, dislexia, entre outros. Além disso, oferece um programa de treinamento para o cérebro desenvolvido por cientistas com reconhecimento internacional e embasado nas mais recentes descobertas da neurociência. Se você ainda não experimentou, está esperando o quê? Fonte: Cérebro melhor

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